Em tarde pouco inspirada do ataque alviverde, Max, goleiro do Botafogo, |
A tarde foi do goleiro Max, o melhor jogador em campo na goleada que o Botafogo impôs ao Coritiba, em pleno Couto Pereira, por 3 a 0, ontem. O resultado revoltou os mais de 17 mil torcedores do Coritiba, que enfrentaram o frio na capital e viram um time sem poder de fogo em campo.
Embora tenha criado diversas oportunidades de marcar – inclusive um pênalti perdido no segundo tempo -, o Coritiba mostrou que precisa de um centroavante de ofício e com qualidade para converter em gols as chances que cria. O resultado deixou o Alviverde com os mesmos 16 pontos e na 13.ª posição na tabela. Já o Botafogo, saltou, com a vitória, para a sexta posição na classificação, com 21 pontos ganhos.
A partida mal começou e logo no primeiro lance de ataque do Botafogo, o atacante Alex Alves iria receber a bola dentro da área, mas Flávio se antecipou e cortou a bola, mas tocou na canela do avante botafoguense. O árbitro Wilson Seneme marcou o pênalti e o próprio Alex converteu, apesar de o goleiro Fernando Vizzotto ter tocado na bola.
O gol incendiou o Coritiba, que passou a dominar completamente as ações, acuando o Botafogo em sua defesa. Assim foram os 25 minutos seguintes, com o Coxa criando muitas jogadas que poderiam ser convertidas em gols. Todas as chances, no entanto, ou eram desperdiçadas ou paravam nas mãos de Max. O goleiro botafoguense foi o maior destaque da partida, fazendo intervenções das mais fáceis às mais difíceis, impedindo o Coxa de chegar à igualdade.
Somente depois desta verdadeira blitz comandada por Marquinhos e Caio, que infernizaram a defensiva do Bota, que o time carioca voltou ao ataque. Depois de Guilherme cabecear pra fora um cruzamento de Bill, Alex Alves foi derrubado por Miranda na entrada da área. César Prates cobrou a falta com perfeição e colocou a bola no ângulo de Vizzotto, que nada pôde fazer.
O Coxa não esmoreceu, mas se abriu ainda mais quando foi pro tudo ou nada.
Na saída para o intervalo, Cuca ainda apostava que um gol poderia alterar o panorama do jogo. Mas, ao tirar Marquinhos, que ao lado de Caio orquestrava as ações ofensivas, Cuca facilitou a vida do companheiro Péricles Chamusca.
A aposta do treinador alviverde era fortalecer o ataque, ao colocar Thiago ao lado do até então inoperante Alexandre. Mas o time perdeu criatividade e as ações no meio-campo se equilibraram, com o Botafogo passando a ganhar com isso.
Ganhou principalmente por ter mais espaço para trabalhar a bola e criar mais chances em contra-ataques rápidos.
O Coritiba foi para cima e, mesmo não tendo o mesmo volume ofensivo da primeira etapa, ainda teve oportunidades reais de descontar.
Depois de Cuca ter sacado Nascimento para colocar o terceiro atacante – Marciano – e tirar o cansado Rúbens Júnior para colocar o garoto Ricardinho, o Coritiba voltou a pressionar. Mas novamente, faltou pontaria nas conclusões.
A situação ficou tão complicada que a torcida começou a gritar olé, quando o Bota trocava passes no ataque.
O Coxa poderia ter feito o seu gol quando Jonílson derrubou Marciano dentro da área. Mas Rafinha cobrou e Max espalmou pra escanteio. E o castigo final veio logo depois. Jackson derrubou Juninho dentro da área. Pênalti, que Juca cobrou e converteu. A torcida não perdoou e vaiou o time ao apito final.
Cuca achou injusto o placar
Sem ter palavras para descrever sua frustração pelo resultado, a seu ver, completamente injusto, o técnico Cuca afirmou após a derrota para o Botafogo (3×0), que seu time merecia outro resultado, pelo que demonstrou em campo. O comandante, no entanto, deixou claro que precisa não de um, mas de dois atacantes para fechar o grupo e fazer o Coritiba deslanchar no Campeonato Brasileiro.
Cuca justificou a escalação de cinco meias, não por questões táticas, mas para colocar em campo, após uma derrota no clássico, um time mais experiente. "Tirei os garotos do time, para não expô-los à torcida, que poderia pressioná-los", ponderou o treinador.
O elenco do Coritiba se reapresenta hoje pela manhã, para um trabalho regenerativo para quem atuou e treinos táticos para os suplentes. Amanhã, o treinador deve definir o time que põe em campo contra o Cruzeiro, na quinta, no Mineirão. Cuca terá que arrumar um substituto para o zagueiro Miranda, que ontem tomou o terceiro cartão amarelo.