Coxa já sofreu 11 gols antes dos dez minutos

Não são poucos os problemas do Coritiba no Campeonato Brasileiro. Mas um dos mais graves, até porque dele podem derivar outros, é a série de gols sofridos nos primeiros dez minutos das partidas. Dos quarenta que o Coxa sofreu em trinta jogos, onze (27,5% do total) saíram entre o primeiro e o décimo minuto. Um mau início de partida quase sempre se transforma em péssimo final.

E os números não deixam dúvidas. Nas dez partidas em que o Cori sofreu gols precoces, foram conquistados apenas quatro pontos – aproveitamento de 13,33%. Fazendo outra conta, vê-se que o rendimento alviverde nos jogos restantes do Brasileiro é razoável, tendo conquistado 34 pontos em 60 possíveis (56,67%). Caso tivesse esse percentual em todo o campeonato, hoje o Coxa seria o quarto colocado, com 49 pontos, ao lado do Palmeiras.

O prejuízo na classificação só não fica tão evidente porque o reflexo direto deste problema – a queda técnica e psicológica -se impõe como principal decorrência. ?Isso acaba nos atrapalhando, pois é muito difícil praticamente iniciar uma partida precisando buscar o resultado. Se eu não me engano, apenas uma vez, contra o Inter, nós saímos na frente logo no início. De resto, todos os nossos jogos neste Brasileiro foram complicados?, comenta o capitão Reginaldo Nascimento.

Contra o Goiás, isso ficou claro – tanto que a atuação coxa acabou sendo abaixo da crítica. ?Nós entramos meio desligados e quando isso acontece é fatal?, reconhece o zagueiro Anderson, um dos poucos que se salvou na partida de terça. ?A gente sempre trabalha isso, mas não está dando certo?, diz o técnico Cuca. Exemplo disso é o segundo gol de Rodrigo Tabata, saído de um escanteio, lance visto em vídeos e alertado pelo treinador.

E o comandante alviverde admite que não há explicação para o problema. ?Todos sabem que existe. Às vezes nem é falta de atenção. Na terça, o primeiro gol do Goiás saiu em um lance que era de nosso domínio. O nosso zagueiro (Douglas Ferreira) infelizmente perdeu a jogada e nós tomamos o gol. Não é problema de motivação, o grupo está confiante. É o detalhe?, afirma Cuca.

Os jogadores também não conseguem entender. ?Eu compreendo, mas não entendo?, resume Reginaldo Nascimento. ?A gente conversa, tenta alertar, mas não funcionou nas últimas partidas?, completa Anderson. ?É complicado entrar no jogo e aos três minutos já estar perdendo?, ressalta o treinador.

A receita talvez fosse um ?choque? motivacional antes dos jogos. ?Vocês não imaginam o quanto de choque a gente dá?, afirma Cuca. ?Olha, acho que nem de 220 volts resolveria. Se tiver coisas mais fortes, pode acabar nos ajudando?, brinca Anderson. Seja qual for a solução, ela precisa vir logo. ?Nós temos que começar bem os jogos para terminar bem?, finaliza o técnico alviverde.

Sul-Americana ainda é o foco alviverde

O Coritiba voltou aos treinamentos na quinta, e a ordem é tentar esquecer logo a derrota para o Goiás e pensar apenas no que vem pela frente – o confronto de terça, às 20h30, na Curuzu, com o Paysandu, e o Atletiba do dia 15, no Alto da Glória. Apesar de abatidos, os jogadores mantêm a idéia: é preciso uma seqüência de jogos e boas atuações para o time seguir pensando na classificação para a Copa Sul-Americana.

Na verdade, para o capitão Reginaldo Nascimento, neste momento nem é tão necessária uma boa atuação. ?Jogando bem ou jogando mal, o que precisamos agora é vencer. E precisa ser já nesta partida com o Paysandu?, afirma. Não que se considere fácil o jogo com o lanterna do Brasileiro. ?Vai ser muito complicado, eles necessitam tanto do resultado quanto a gente?, diz o atacante Maia, que assim como Nascimento tem retorno assegurado ao time titular.

O sentimento no CT da Graciosa é de que falta um ?algo mais?, que só viria com maior tranqüilidade – e, logicamente, com vitórias. ?Falta a gente encaixar pelo menos dois resultados positivos. Vencemos o Vasco e não conseguimos ter seqüência?, admite Maia. ?Capacidade para conseguir os resultados nós temos. Às vezes falta calma, até porque está todo mundo ansioso para vencer?, completa Reginaldo.

E nada melhor que ?arrancar? com uma vitória fora de casa e depois em um clássico. ?É um período importantíssimo para nós. E eu tenho certeza que vamos corresponder ao que o torcedor está esperando?, garante Cuca. ?É hora de levantar os punhos e ir para a luta. E nós vamos vencer?, completa o técnico.

Cuca é sondado. Mas recusa

O técnico do Coritiba continua ?prestigiado?. Cuca, apesar das críticas e das vaias, ainda segue na agenda de vários clubes brasileiros. Ontem, ele confirmou a sondagem do Sport Recife e do Juventude -este último demitiu Sebastião Lazaroni no meio da semana. Para os dois clubes o treinador deu a mesma resposta: não.

O interesse das equipes veio no momento em que o treinador é mais cobrado, e na semana em que o presidente Giovani Gionédis, pela primeira vez, veio a público fazer uma defesa clara, garantindo-o no posto até o final do contrato, em dezembro de 2006. Até por isso Cuca manteve o que vinha falando, e rapidamente descartou pernambucanos e gaúchos. ?Não tem nenhuma chance, eu vou permanecer no Coritiba. Tenho muito a fazer aqui ainda?, afirma.

Confirmado

A CBF anunciou ontem a data do novo confronto entre Internacional e Coritiba, jogo suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva após as denúncias de manipulação de resultados pelo árbitro Edílson Pereira de Carvalho. A partida foi marcada para o dia 28, uma sexta-feira, às 20h30, no Beira-Rio.

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