No entanto, apesar de ter definido a vaga no tempo regulamentar, o Coritiba teve que suar a camisa para sair de campo vitorioso. Com a equipe reforçada, o técnico Caio Júnior pôs em ação o time que considera ideal e equilibrou a partida por toda a primeira etapa.
Apesar da forte marcação, boas chances foram criadas. Pelo Paraná, Marquinhos e Dauri se destacavam na armação e no lado alviverde quem desequilibrava eram os alas, que abriam o jogo para melhor servir os atacantes. Especialmente depois que Lima, o homem de ligação entre meio e ataque se contundiu.
Entretanto, mesmo com a boa presença de área, os atacantes das duas equipes desperdiçaram diversas chances. E quando acertavam o pé, os goleiros apareciam com segurança.
Definição
Na segunda etapa, os treinadores apostaram na continuidade para tentar a vitória, mas foram forçados a mexer em seus times logo no começo da etapa complementar. No lado coxa, Tcheco torceu o tornozelo e deu lugar ao atacante Marco Brito, que teve que jogar um pouco mais recuado do que de costume. No Paraná, a baixa foi na zaga. Cristiano Ávalos também se contundiu e deu lugar ao jovem Fernando Lombardi.
Apesar de não ter feito mudança tática, o Paraná perdeu o poder de fogo do primeiro tempo e o Coritiba começou a crescer. Na verdade, Marquinhos e Fernando Miguel, que ainda estão em fase de recuperação, sentiram o baque dos 45 minutos correndo sob um sol a pino e caíram de produção.
Foi justamente nesse momento que o Paraná diminuiu o poder das investidas e o Coxa se deu bem. A defesa paranista perdeu uma bola, que acabou nos pés do lépido Adriano. Com muita velocidade, o coxa-branca avançou no campo inimigo e cruzou redondo para Marcel. Sem marcação, o artilheiro alviverde fez a sua parte e marcou o gol da vitória.
Sem outra opção, o técnico Caio Júnior optou por sacar Fernando Miguel e Marquinhos e dar vez a Goiano, que sai mais para o ataque, e Dennys, com a sua tradicional correria.
As mudanças surtiram efeito e o Paraná voltou a levar perigo ao gol de Fernando, pelos pés de Dennys. Habilidoso como sempre, o garoto da Vila deu trabalho à defesa alviverde e chegou a carimbar a trave.
No entanto, Caio Júnior não contava com a contusão do ala-direito Jeferson. Como já havia feito as três alterações, o jogador teve que ficar em campo, sobrecarregando o trabalho de Goiano, que acabou expulso após receber dois cartões amarelos. Com um gol nas costas, dois atletas fora de combate e poucos minutos à disposição, o Paraná não conseguiu empatar o jogo e amargou a segunda derrota no estadual. Desta vez com o agravante de perder a vaga na Copa do Brasil.
Essa é pra galera coxa
O clima entre os jogadores do Coritiba após a partida não poderia ser mais festivo. Tão logo o árbitro Héber Roberto Lopes apitou o fim do jogo, parte dos atletas correu para comemorar junto com a torcida. Alguns torcedores mais exaltados pularam o fosso para abraçar os atletas, como se a vitória representasse a conquista do título.
Não foi tanto, mas o fato de bater o Paraná no Pinheirão – até ontem, dos 17 clássicos no estádio da federação, o Coxa vencera apenas dois -, manter a liderança isolada do estadual e de quebra ficar com uma vaga na Copa do Brasil, deu um significado especial à magra vitória. “Temos que agradecer à torcida, que tem sido fundamental em todos os momentos. É muito importante saber que temos o apoio da galera”, disse o volante Roberto Brum.
Para o secretário do conselho administrativo do clube, Domingos Moro, a vitória é mais uma prova de que o Coritiba está no caminho certo. “Mantivemos um planejamento e ele está rendendo frutos. Hoje (ontem), dois jogadores revelados pelo clube decidiram o jogo (Adriano e Marcel) e a vaga na Copa do Brasil”, observou o dirigente. Além do status de ser uma competição nacional, a Copa do Brasil vai render novos dividendos ao clube. “É mais uma fonte de receita.”
A alegria só não foi completa no lado alviverde porque Lima e Tcheco deixaram o campo contundidos. Hoje os jogadores serão submetidos a exames mais detalhados, mas é difícil que se recuperem para quarta-feira. “No meu caso, a culpa foi um buraco no gramado, que deveria estar em melhores condições”, reclamou o meia Tcheco, que torceu o tornozelo. No caso de Lima, o problema foi no joelho.