Coxa ?fechado? para atropelar o Atlético

O Coritiba entra no clássico deste final de tarde envolvido em polêmicas. Elas começaram após a derrota para o Goiás, quando o então treinador Cuca prometera, em entrevista coletiva, que o time se recuperaria frente a Paysandu e Atlético. Depois, a derrota para o lanterna do Campeonato Brasileiro fez com que o treinador fosse demitido, quebrando uma seqüência de trabalho adotada pela diretoria. Para fechar, no dia em que o interino Antônio Lopes Júnior assumia, o atacante Renaldo foi afastado do grupo sem motivo aparente – houve desencontro nas explicações. Com isso, o time vai abalado para o clássico Atletiba, contando com a força do elenco e com o apoio da torcida para buscar a vitória.

?Nós ainda estamos devendo alguma coisa legal para o nosso torcedor.? A frase é de Rodrigo Batata, que apareceu como titular na quinta-feira mas perdeu a vaga para o retorno do meia Marquinhos (matéria nesta página). Mas a posição do armador é a mesma da maioria do elenco, que sabe que a semana atribulada aumentou a desconfiança da torcida, que ainda não viu uma atuação convincente do alviverde no Alto da Glória. ?Espero que a gente consiga a recuperação no clássico, que

é um jogo muito importante para todos aqui?, comenta o atacante Marcelo Peabiru, que será o substituto de Renaldo.

O novo titular do ataque, o técnico interino Antônio Lopes Júnior e até mesmo a política adotada pelo departamento de futebol serão postas à prova no Atletiba.

Futuro incerto

Não que uma vitória ou uma derrota fossem definitivas para a análise, mas o momento que o Coritiba vive transformou o clássico em um divisor de águas. Vencendo, o Coxa se recupera moralmente e passa até mesmo a voltar a sonhar com uma vaga na Copa Sul-Americana. Perdendo, o que é hoje questionamento, pode passar definitivamente a cobrança por parte da torcida alviverde.

Sabendo disso, o intuito da comissão técnica é tranqüilizar o elenco, evitando que os jogadores sejam envolvidos pelas polêmicas. ?Confio na qualidade deles, e na capacidade que terão em ficar distantes do que não interessa. Todos estão focados no clássico?, garante Antônio Lopes Júnior. ?É complicado, mas todos estamos pensando no jogo e na necessidade de vitória que temos?, completa o volante Humberto, a grande novidade do time – ele estréia no Coxa esta tarde.

Fechado

Além disso – aí por iniciativa dos jogadores -, o grupo ?se fechou?, como se percebesse que é da força deles que poderá surgir a reação. ?Nós nunca ficamos afastados, mas é a hora de todo mundo ficar junto e empurrar o time?, pede Rodrigo Batata. ?A união deles (jogadores) e o apoio do torcedor nas arquibancadas será muito importante?, concorda o zagueiro Anderson.

Pegada e criatividade

O negócio é aproveitar quem está à disposição. Por isso o técnico Antônio Lopes Júnior acabou optando pelo retorno de dois titulares, há muito afastados, para o Atletiba das 18h10, no Couto Pereira. Com Márcio Egídio e Marquinhos recuperados das contusões (o primeiro de uma fratura no quadril e o segundo de uma lesão no menisco), os dois – ao lado do estreante Humberto – serão as novidades do Coritiba, que vai para o clássico bem modificado.

Comparando o time que entra em campo no final da tarde com a equipe que foi derrotada para o Paysandu, na terça-feira, são seis alterações: Vágner, Douglas Ferreira, Peruíbe e Renaldo saem do time e Caio e Nascimento trocam de função. Ambos retomam posições que já ocuparam – o capitão como quarto-zagueiro, tal como atuava com Antônio Lopes (pai), e o armador como atacante, como nas primeiras partidas que fez no Coxa.

As modificações tentam dar maior equilíbrio à equipe, que mesmo jogando com três zagueiros em Belém do Pará sofreu contra-ataques, um deles ocasionando o gol de empate do Papão. Por isso a adoção do 4-4-2, com Márcio Egídio e Humberto como volantes. O estreante do dia se sente pronto para jogar. ?Perdi três quilos nos últimos dias, estou em forma e preparado para ajudar o time?, afirma o jogador, que não atua desde que deixou o Torino, da Itália, em julho.

Outros dois que ficaram fora por bom tempo são Egídio e Marquinhos. Apesar de ambos não estarem na condição ideal, voltam ao time pela importância que o jogo têm. Foi com os dois em campo que o Coxa teve suas melhores atuações no campeonato – e, coincidência ou não, após a saída de Marquinhos o Coxa teve acentuada queda técnica. ?O trabalho que fiz foi ótimo, e espero poder corresponder no clássico?, afirma o camisa 10, que volta a formar dupla com Jackson no setor de armação.

As conversas sobre a possibilidade de contratação do novo técnico ficaram ?em suspense?. Apesar de sondagens terem acontecido, a diretoria do Coritiba prefere aguardar o que acontecerá no Atletiba para depois tomar uma posição com mais calma.

Capitão Nascimento, líder da entrega total

É dura a vida de um capitão. Além de ser o líder do elenco -dentro e fora de campo -, ele tem a responsabilidade de não permitir que o grupo se abale quando aparecem as más notícias, ou do exagero de euforia dos bons momentos. O primeiro caso se aplica a Reginaldo Nascimento, capitão coxa há duas temporadas e que, na semana, passou por situações que ele não imaginava que acontecessem. Nesta entrevista ao Paraná-Online, o jogador do Coritiba fala sobre o momento difícil que passa o clube, e sobre o Atletiba.

Paraná-Online – Em uma semana tumultuada, como os jogadores devem proceder para evitar que o extra-campo reflita no time?
Nascimento – É uma mistura de tristeza com preocupação, mas acima de tudo, com compromisso. Essas coisas nos deixam chateados, mas não dá muito tempo para sentir exatamente o que está acontecendo. A entrega tem que ser total.

Paraná-Online
– Como vocês avaliam a missão do Antônio Lopes Jr.?
Nascimento – O Júnior escolheu a carreira para seguir, e agora está recebendo uma chance. Não creio que seja um ?rabo de foguete?, porque tem muita gente querendo ajudá-lo. Vejo como uma chance para ele. Avalio que é hora de ganhar um clássico não por se tratar de um Atletiba, mas pela situação que estamos vivendo. Então há a união do momento dele com a nossa necessidade.

Paraná-Online – Como é para o capitão administrar o afastamento de jogadores?
Nascimento – Fico muito triste. Eu, Reginaldo, não como líder. Fico triste até pelo fato de o parceiro estar nos ajudando. E, de repente, acontece com gente que está do nosso lado, ajudando no dia a dia. Sempre fui contra o afastamento de atletas, mas é uma decisão que a gente não pode discutir, porque vem de cima.

Paraná-Online – O Atlético é o favorito para o clássico?
Nascimento – Nem quando o Coritiba estava na melhor fase acreditei que éramos favoritos contra o Atlético. Eles estão em um bom momento, e temos que tomar muito cuidado. Mas não vejo tanta superioridade.

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