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Miranda diz que o grupo gosta de Lopes, mas tem que dar Coritiba.

Depois de comandar o Coritiba por dezessete meses, Antônio Lopes reencontra o clube, só que do outro lado. Agora comandando o Atlético, o Delegado é uma das ?armas? mais temidas pelos alviverdes, pois conhece como poucos o elenco – que ele praticamente montou no período em que esteve no Alto da Glória. E para tentar evitar que o treinador aproveite seu conhecimento a favor do Rubro-Negro, os jogadores coxas pretendem usar o que conhecem dele a favor do Cori.

Miranda, um dos jogadores lançados por Antônio Lopes no período em que ele esteve no Coxa, lembra da maneira que o técnico trabalha às vésperas de um clássico. "Ele nos motivava a cada instante. O trabalho de motivação dele é ótimo", comenta o zagueiro, que reconhece a estranheza de enfrentar o antigo técnico, mas reconhece que o mundo do futebol é assim. "São coisas da vida. Aquele que é nosso amigo, e que está do nosso lado, logo pode mudar de clube. Gostamos muito dele, mas no clássico queremos que o Coritiba vença", resume.

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É quase o mesmo pensamento do atacante Alexandre, que teve pouco contato com o Delegado – foram duas semanas entre a chegada dele e de Tiago do Iraty e a demissão do técnico. "Apesar de não ter convivido muito com ele, todos aqui sabem da capacidade dele e do conhecimento que tem do nosso grupo", comenta o jogador, que é a principal arma ofensiva do Coxa. "Temos que criar formas de surpreendê-lo e sei que o Cuca está pensando nisso", completa.

O treinador coxa, por sinal, também já foi comandado de Lopes, em 1993, no Santos. Mas ele confessa que não lembra como eram as conversas dele com o elenco. "Faz tanto tempo… Mas certamente eram reuniões muito boas, em que ele nos passava muita confiança", desconversa. Cuca não pretende retirar informações dos jogadores sobre seu colega. "Acho que não é o caso. Nós precisamos estar preparados para uma grande partida e preocupados em como o Coritiba vai fazer para conseguir a vitória", finaliza.

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Cuca faz mistério e não revela time

"Gostei muito desta semana. Foram ótimos trabalhos, os jogadores se dedicaram muito, conseguimos fazer várias coisas e eu estou confiante para o clássico." Esta foi a resposta do técnico Cuca quando perguntado sobre a escalação do Coritiba para o Atletiba de domingo, às 18h10, no Joaquim Américo. O treinador está escondendo o jogo, deixando duas dúvidas na equipe. Mas pelo menos o sistema de jogo está definido.

Os testes com apenas dois zagueiros foram, segundo Cuca, uma avaliação para o decorrer da partida. "Para o início não é o esquema que eu estou pensando. Trabalhei muito pouco com este esquema e por isso prefiro deixar para uma situação de jogo. De qualquer maneira, está tudo encaminhado", explica o técnico alviverde, que com isso deixa uma vaga aberta na defesa.

O favorito para começar jogando é o capitão Reginaldo Nascimento. Ontem, ele esteve ao lado de Miranda e Flávio na maior parte do coletivo, sendo depois substituído por Vágner. Ambos garantiram que não sabem quem é que vai começar jogando. "Vamos esperar o que o Cuca decidir", afirma Nascimento. "Nós treinamos, mas estamos esperando a posição do professor", completa Vágner. "Trabalhamos várias situações e realmente não sabemos qual o Cuca vai optar", reitera Flávio.

É a mesma coisa no meio-campo. Apesar de Caio ter chegado a treinar no time titular quinta e ontem, ele está descartado para começar jogando. Cuca acredita que ele ainda não estaria pronto para jogar noventa minutos.

Com isso, a dúvida fica entre Jackson e Marquinhos. Cuca evitou comentar as possibilidades de cada jogador. "Acho que tanto com um quanto com outro vamos estar bem servidos", desconversa. Os dois têm características diferentes, mas ambos atuariam na mesma faixa do campo. O técnico optaria por um jogador que cadencia e controla a posse de bola ou por outro que trabalha mais em velocidade.

Esta definição, reitera Cuca, nada terá a ver com o Atlético que entrará em campo. "Até agora, não sei exatamente o time que o Atlético vai colocar em campo. E minha exclusiva preocupação é com o Coritiba", afirma. Mas o técnico, mesmo se preocupando só com o Coxa, não abre o jogo. "É uma partida que movimenta todo mundo e todos estão atentos a tudo. Por isso, vou me reservar o direito de só divulgar a escalação momentos antes da partida", resume.

Três estreantes em Atletiba

O time do Coritiba que entra em campo amanhã é, mesmo com as possíveis variações, uma equipe experiente em Atletibas. Com qualquer formação, serão três estreantes no clássico: o goleiro Vizzotto e os atacantes Tiago e Alexandre. Eles conhecerão pela primeira vez o que representa para as torcidas e para os times o maior clássico do Estado.

Vizzotto, dos três, é o mais velho – 27 anos, contra 26 de Alexandre e 20 de Tiago. Mas ele passou quatro anos na reserva de Fernando e nunca jogou em um Atletiba. "Realmente ficamos na expectativa, porque todo mundo sabe como é um jogo como este. E estou feliz em participar do meu primeiro clássico", comenta o goleiro, que também sabe que este pode ser o momento da sua confirmação como titular alviverde. "Todo jogo é um desafio, mas este envolve muita coisa", reconhece.

Para Tiago e Alexandre, é a chance de se consagrarem. Ainda recém-chegados ao Coritiba, rapidamente tornaram-se destaques do time e ídolos da torcida – o centroavante é o artilheiro da equipe no Brasileiro com quatro gols e o atacante foi o jogador mais perigoso do time nas últimas rodadas. "É legal ter a oportunidade de participar de uma partida como o Atletiba", diz Alexandre, que não atuou em clássicos com a camisa rubro-negra, que defendeu em 2000. "Agora quero encarar este primeiro Atletiba com muita vontade, para conseguir um bom resultado para o Coxa", avisa.