O Coritiba talvez seja o time mais regular do campeonato brasileiro. Mas é a regularidade indesejada, pois mantém sempre o time na ?zona de risco?, próximo da turma do rebaixamento.
Em vinte partidas, o Coxa empatou nove vezes, ao lado do Atlético-MG a equipe que mais teve igualdades na competição. E o baixo número de vitórias (apenas cinco) explica a 18.ª posição.
Que também se explica pela dificuldade em marcar. Foram 23 gols até agora, deixando a equipe entre os piores ataques da competição. “Falta às vezes simplicidade. A gente não precisa burilar tanto as jogadas, temos que ser mais simples”, afirma o técnico Antônio Lopes, que ainda acredita em uma virada. “Uma hora a coisa vai melhorar. A gente está se esforçando, os jogadores estão se esmerando nos treinos, e uma hora a bola vai entrar”, avisa.
Só que a preocupação aumenta porque os resultados não vêm. Nas últimas partidas, ambas fora de casa, o Coxa saiu na frente mas não soube administrar o resultado. “Contra o Santos, nós falhamos mesmo. Foi um jogo atípico, tivemos problemas. No domingo, foi um momento de descuido”, afirma o meia Cléber, que desfalcou o time contra o Vitória. “Nós poderíamos ter vencido, mas erramos em alguns lances e sofremos os gols”, concorda Lopes.
Mas o treinador alviverde admite que a equipe evoluiu ao conseguir encarar a partida da mesma maneira durante os 90 minutos. “Isso é muito importante, porque demonstra o equilíbrio do time. Mesmo sofrendo dois gols em um período curto, tivemos capacidade de buscar o empate”, comenta Antônio Lopes. “Nós precisamos apenas manter o equilíbrio técnico, porque nós bobeamos em alguns instantes”, completa Cléber.
Time
O armador, que teve uma virose no final de semana, deve ser uma das novidades do Coritiba para o jogo de amanhã contra o Flamengo, às 21h45, no Couto Pereira. “Eu ainda estou um pouco debilitado, mas acho que terei condições de jogo”, afirma Cléber. Preocupado com a ausência dele, Antônio Lopes conta com o retorno. “Ainda há tempo para a recuperação, com certeza ele vai jogar”, garante o técnico. Além dele, Miranda e Adriano têm volta assegurada.
Alexandre fica até dezembro
O zagueiro Alexandre, digamos assim, comeu o pão que o diabo amassou. Bem na semana em que assinou contrato (de três meses) com o Coritiba, ele foi suspenso por 120 dias no TJD da Federação Paranaense. Não fosse sua própria iniciativa, talvez hoje, dia em que se encerraria o primeiro contrato, ele estivesse voltando para o Francisco Beltrão.
“Quando fiquei sabendo do julgamento, ele já tinha acontecido. E eu estava suspenso”, conta Alexandre, acusado de agressão ainda no Campeonato Paranaense. Do próprio bolso, o zagueiro contratou o advogado Osires Nadal para tentar uma diminuição da pena. “Eles aceitaram reduzir em quarenta dias, mas eu tive que doar oito cestas básicas a uma instituição de caridade”, recorda.
Quando a suspensão acabou, metade do contrato inicial já tinha passado. “E eu não podia mostrar nada, porque não tinha nem condições de jogo. Alguns dias eu nem treinava com o grupo”, confessa o zagueiro que, mesmo assim, foi chamado para renovar até o final do ano. “Foi bom, porque eles perceberam as minhas qualidades e me deram maior tranqüilidade”, diz Alexandre, que pode ser a surpresa da partida de amanhã, contra o Flamengo.
Isso porque Antônio Lopes gostou muito do rendimento dele contra o Vitória. “Eu fico feliz em saber que ele aprovou meu trabalho. Mas sei que o elenco tem outros zagueiros, todos muito bons”, comenta o jogador, citando Miranda, Vágner e Flávio, além do lesionado Reginaldo Nascimento. “A gente brinca entre si, dizendo que tem muita gente para brigar pela vaga”, finaliza Alexandre.