Treinador mais cotado para assumir a seleção no lugar de Luiz Felipe Scolari, Tite prefere não falar sobre o momento da equipe nem do futebol brasileiro de maneira geral. Por uma questão de ética. Apesar das divergências públicas entre ambos ocorridas recentemente, o ex-técnico do Corinthians alega não sentir-se à vontade para analisar ou dar opiniões sobre o trabalho que está sendo feito pelo atual comando da seleção.
Tite deixou o Corinthians no final do ano passado e, naquela altura, seu nome já circulava com força para assumir a seleção brasileira depois da Copa do Mundo. Na época, o raciocínio era de que Felipão iria dar seu trabalho como concluído depois do Mundial, deixaria o cargo vago e ele seria contratado como sucessor.
O treinador apostou nesta possibilidade, a ponto de recusar convites, de clubes do Brasil e do exterior, para trabalhar. Alegava oficialmente que depois de anos desgastantes no comando do Corinthians, precisava passar por um “período sabático”, ou seja, descansar e também fazer algum tipo de intercâmbio com treinadores de equipes internacionais.
Tite de fato fez isso, mas como parte de seu objetivo principal: assumir a seleção. Tanto que pessoas próximas ao treinador dizem que ele só está esperando um telefonema do presidente da CBF, José Maria Marin, para dizer “sim”.
O treinador evitou, inclusive, convite para comentar a Copa do Mundo para emissoras de TV e fazer colunas para jornais. Mesmo que fosse para trabalhar em jogos de outras seleções. Tinha consciência de que fatalmente seria instigado a opinar sobre a seleção brasileira, o que entendia não ser correto.
O nome de Tite é bem aceito por José Maria Marin e por Marco Polo del Nero. Ambos serão responsáveis pela contratação do novo treinador para a seleção, quando isso se der, mas oficialmente será Marin a tomar a decisão. Del Nero não quer demonstrar que está interferindo na administração do aliado. Mas tem elogiado bastante Tite.