Rio de Janeiro – Os integrantes do Clube dos 13 se reuniram ontem, no Rio, para dividirem os cerca de R$ 248 milhões, referentes à venda dos direitos de transmissão do campeonato brasileiro 2004 para a TV e o Santos foi o grande derrotado do encontro. O clube paulista pleiteou entrar para o grupo das agremiações que mais recebem na distribuição da grana, mas só conseguiu ser vencido em votação no plenário e provocar a ira do presidente do Vasco, Eurico Miranda.
No total, a divisão do dinheiro permaneceu sendo feita como nos últimos anos: em quatro grupos, sem alteração na sua composição. Aqueles que mais receberão serão Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Flamengo e Vasco, cerca de R$ 14 milhões cada.
O segundo grupo é formado por Santos, Fluminense, Botafogo, Atlético-MG, Cruzeiro, Internacional e Grêmio e deverão ter direito a cerca de R$ 12 milhões. A seguir vem o Bahia, R$ 9 milhões. E, por último, Portuguesa-SP, Sport, Guarani, Goiás, Atlético-PR, Coritiba e Vitória, R$ 8 milhões. Um prêmio de R$ 20 milhões foi criado para ser distribuído entre os 20 primeiros colocados. O campeão do nacional terá direito a R$ 4 milhões.
A principal argumentação feita pelo presidente do Santos, Marcelo Teixeira, era a de que, por ser um dos times com mais jogos transmitidos do último Brasileirão, deveria ter a sua cota aumentada. A solicitação deixou irritado o presidente do Vasco que, aos berros, disse que nada mudaria. Unidos para manter o privilégio, os cinco clubes que mais recebem conseguiram anular a intenção santista.
Canal do futebol
Os clubes também aproveitaram para conhecer alguns detalhes sobre o canal do futebol que poderá ser criado em 2006. A intenção é de fazer uma programação para TV fechada e vender seu conteúdo. Os torcedores precisariam comprar um equipamento e antena para conseguirem ver o canal, que venderia produtos oficiais, programação esportiva durante 24 horas, além de fazer a transmissões dos jogos.
O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a “joint venture” Sportpromotion/Casabranca, que este ano já comercializou 76 partidas para o mercado internacional. No entanto, o negócio está provocando polêmicas. A primeira seria a ausência do Corinthians, que tem compromisso com outra empresa para ter seu próprio canal de TV.
A segunda dificuldade é a falta de pagamento pela comercialização das partidas negociadas no mercado internacional. Todos os dirigentes foram unânimes em afirmar que desconhecem a venda de seus jogos para outros países e não souberam dizer se receberam pela negociação. Mas o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, assegurou que as agremiações deverão ratear pela transação cerca de US$ 2 milhões.