O Paraná Clube fará no sábado – às 18h10, frente ao Corinthians – o primeiro de uma série de quatro jogos na cidade de Maringá. A questão financeira falou mais alto e a frieza dos números justifica a decisão da diretoria de levar os confrontos com os grandes clubes paulistas para o interior do Estado. Baseado nas recentes estatísticas – e precisando viabilizar recursos para evitar atrasos salariais – o presidente José Carlos de Miranda (que teve o cuidado de consultar a todos, inclusive a comissão técnica) assegura que a decisão foi planejada e financeiramente "muito boa".
Num cálculo estimado, para "empatar" com a cota recebida – algo em torno de R$ 200 mil por jogo – o Tricolor teria que levar no mínimo 20 mil pagantes/jogo, ao preço médio de ingressos a R$ 15,00. "Ficamos, posso dizer, obrigados a aceitar a proposta do Galo Maringá. Nossa média, nos últimos anos, é muito ruim e no ano passado tivemos prejuízo em catorze dos 23 jogos que disputamos em casa", comentou Miranda. "E, isso não foi um fato isolado, apenas porque fizemos uma campanha ruim. No ano anterior, quando brigávamos por vaga na Sul-Americana, nosso público frente ao Corinthians – e na Arena da Baixada – foi de quase 14 mil pagantes", lembrou.
O dirigente sabe que o resultado do jogo determinará críticas ou elogios, mas garante que ao clube só restou essa opção. "Precisávamos armar um time competitivo e com a menor cota entre os 22 participantes. Para equilibrar o déficit estimado de 1,5 milhão de reais, só com medidas alternativas, como essa e a venda dos cinco jogos para a Nestlé", afirmou o presidente paranista. O clube negociou estes quatro jogos para Maringá e ainda recusou outras propostas de Cascavel, Joinville e Paranaguá. "O futebol é movido por cifras. E temos, apesar das dificuldades, cumprido com todos os nossos compromissos. Os salários estão em dia e isso compensa qualquer sacrifício", afirmou Miranda. Além de Corinthians, o Paraná joga em Maringá contra Santos, São Paulo e Palmeiras.
O presidente sabe que o percentual de corintianos no estádio será expressivo, mas também se baseia nas estatísticas para refutar um possível favoritismo adversário. "Historicamente, estamos em desvantagem frente ao Corinthians. Mas, o nosso time está bem e pode diminuir esta diferença", afirmou. Nos 12 jogos por brasileiros, os paulistas venceram 5, perderam duas e houve 5 empates.
Lombardi volta e promete trabalho
Lombardi está de volta. O acerto fica por conta da pronúncia do pessoal de Neuchatel Xamax, clube suíço para o qual o zagueiro quase se transferiu. Fernando Lombardi ficou uma semana na Suíça, tentando viabilizar a negociação. "Viajei com o negócio fechado. Mas, lá, eles quiseram reduzir valores e eu não aceitei", contou o jogador.
Foram, segundo Lombardi, três dias de muita conversa e nenhuma solução. "Cheguei a fazer um treino físico no clube, assim que cheguei. O técnico já contava comigo, mas a transação não evoluiu." O zagueiro garante que, mesmo na Europa, se manteve atualizado com o dia-a-dia do Paraná e que está à disposição de Lori Sandri para qualquer eventualidade. "Vou trabalhar para conquistar meu espaço", disse.
Com contrato até o fim do ano, Fernando Lombardi já negocia com o Paraná a renovação por mais uma temporada. "Já tivemos conversas preliminares. Acho que tudo se resolverá sem maiores problemas." Lombardi disputou apenas dois jogos pelo Paraná, mas não pensa, após a frustrante viagem para a Suíça, em deixar o clube.
Darci é "carta fora do baralho"
Darci não aceitou rodízio da reserva, |
O goleiro Darci está fora do Paraná Clube. Insatisfeito com a reserva, o jogador acabou advertido na semana passada ao recusar o rodízio estabelecido pala comissão técnica na composição do banco de reservas. Diante desse quadro, era uma questão de dias para que o desligamento do atleta se confirmasse, apesar do desejo contrário dos dirigentes. "Queríamos o Darci no grupo. Mas, de que adianta prender um jogador que está infeliz", ponderou o presidente José Carlos de Miranda.
Darci tentou viabilizar, nos últimos dias, sua liberação por empréstimo para o Vila Nova-GO, para a seqüência da Série B. Só que pela proposta inicial, o Tricolor teria que subsidiar parte dos salários do goleiro. "Seria algo inviável para o clube. Continuaríamos tendo um gasto fixo com o Darci e ainda precisaríamos investir na contratação de outro goleiro para a composição do elenco", explicou o vice de futebol José Domingos. "Se ele quer a liberação, faremos o acerto", disse.
A preocupação do dirigente é justificável. O Vila Nova é o 18.º colocado da Segundona e deve ter calendário somente até 10 de setembro, quando termina a fase classificatória. "Nos últimos anos, não tivemos mais ações trabalhistas por agir com muito critério em transações. Historicamente, sei que empréstimos desse tipo só geram problema", justificou Domingos. Darci, que ontem à tarde nem treinou, deve oficializar a rescisão de seu contrato – que iria até 2007 – ainda hoje.