Quando o Grupo D da Copa do Mundo foi sorteado com Inglaterra, Itália e Uruguai, três campeões mundiais, logo foi batizado como “grupo da morte”. Não imaginava-se, porém, que a denominação fosse se referir aos times que a Costa Rica mataria. Depois de vencer o Uruguai na estreia, os costarriquenhos fizeram 1 a 0 na Itália, nesta sexta-feira, na Arena Pernambuco, no Recife, e com o resultado eliminaram os ingleses. E a vitória foi incontestável, do time que mais procurou o gol e dominou a partida física e emocionalmente.

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Com seis pontos, a Costa Rica está nas oitavas de final da Copa do Mundo pela segunda vez na sua história, repetindo o que fez em 1990, na Itália. Na ocasião, venceu Escócia e Suécia e só perdeu para o Brasil na fase de grupos. Depois, nas oitavas, caiu diante da Checoslováquia.

Já a Itália fica em risco no Mundial e fará mais um jogo de vida ou morte daqui a apenas quatro dias, na terça, na Arena das Dunas, em Natal, novamente no ingrato horário das 13 horas, contra o Uruguai. Pelo saldo de gols, joga pelo empate. Ao mesmo tempo, a Costa Rica pega a Inglaterra no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, precisando de um empate para ficar em primeiro no grupo e fugir de um possível confronto contra a Colômbia.

O JOGO – Com Abate e Buffon liberados pelo departamento médico, os dois voltaram ao time do técnico Cesare Prandelli, que também trocou Veratti por Thiago Motta. Com as mudanças, a Itália deixava claro que não se importava em controlar a posse de bola, mas ser efetiva quando chegasse ao ataque.

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Tanto é que, até os 25 minutos, a Costa Rica mandou na partida, chegando a ter 60% da posse de bola. Mas, apesar de ter na velocidade a sua maior qualidade, o time centro-americano ameaçava mais pelo alto. Em uma saída errada de Buffon, Duarte quase marcou de cabeça.

A Itália melhorou quando Pirlo voltou para buscar o jogo. Dos 27 aos 32 minutos, o craque criou três chances de gol para a Itália. Na primeira, Balotelli ajeitou para Thiago Motta, que errou no chute. Na segunda, o atacante saiu na cara de Navas, tentou dar um tapa para encobrir o goleiro, mas errou a mira e perdeu gol feito. Em nova tentativa de Balotelli, o chute foi forte e Navas defendeu em dois tempos.

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A mudança de postura do time italiano, entretanto, abriu espaço para a Costa Rica colocar a bola no chão e chegar à área adversária. Aos 35 minutos, Bolaños arriscou de longe e Buffon pegou no canto. Aos 41, Duarte resvalou de cabeça, de costas, e mandou por cima do gol.

Um minuto depois, aos 42, lance polêmico. Chiellini errou na saída de bola, Campbell partiu no contra-ataque, invadiu a área e, quando cortava para dentro, para chutar, foi derrubado por Chiellini. Pênalti claro que o árbitro chileno Enrique Osses não marcou, para desespero do técnico Jorge Luis Pinto.

A justiça viria quase em seguida, aos 43 minutos. Díaz recebeu pela esquerda, Abate marcou mal e o costa-riquenho cruzou na cabeça de Ruiz. O cabeceio bateu no travessão, dentro do gol, e saiu. Com a tecnologia da linha do gol, não houve como o chileno não apontar para o meio de campo e confirmar o gol da Costa Rica.

Para tentar a virada no segundo tempo, Prandelli tirou Thiago Motta e voltou do intervalo com Cassano no time. A Itália passou a comandar o jogo e deu trabalho a Navas duas vezes: em um chute alto de Darmian e em uma falta que Pirlo não conseguiu colocar tão perto da trave quanto queria. Aos poucos, Navas mostrava porque foi eleito o melhor goleiro do Campeonato Espanhol pelo Levante.

Precisando pelo menos de um empate, Prandelli trocou Candreva por Insigne, deixando o time com três atacantes. Com a torcida quase toda do lado da Costa Rica, o lado emocional começou a pesar para os italianos, principalmente para Balotelli, que seguidamente ficava em impedimento. Além disso, Marchisio e Insigne tentavam resolver tudo sozinhos, ao ponto de o atacante tentar dar um voleio na meia-lua.

Durante toda metade final do segundo tempo,, porém, a Itália não conseguiu ameaçar. Também, pudera, foram 11 impedimentos marcados durante a partida. Do outro lado, a Costa Rica virava e mexia ficava mano a mano com Chiellini, primeiro com Campbell e depois com Ureña. E ainda poderia ter feito o segundo em um chute que passou raspando a trave de Buffon ou em uma falta clara na entrada da área, que o árbitro não marcou.

FICHA TÉCNICA

ITÁLIA 0 x 1 COSTA RICA

ITÁLIA – Buffon; Abate, Barzagli, Chiellini e Darmian; Thiago Motta (Cassano), De Rossi, Pirlo, Marchisio (Cerci) e Candreva (Insigne); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.

COSTA RICA – Navas; Oscar Duarte, González e Umana; Gamboa, Borges, Tejeda (Cubero), Bolaños, Ruiz (Breñes) e Diaz; Campbell (Marco Ureña). Técnico: Jorge Luis Pinto.

GOL – Ruiz, aos 43 minutos do primeiro tempo.

CARTÕES AMARELOS – Balotelli (Itália); Cubero (Costa Rica).

ÁRBITRO – Enrique Osses (Fifa/Chile).

RENDA – Não disponível.

PÚBLICO – 40.285 pessoas.

LOCAL – Arena Pernambuco, no Recife (PE).