O goleiro Diego, do Atlético, virou o alvo preferido das rodinhas de fofoca nos últimos dias, na cidade. Tudo em razão dos dois cortes nos braços, que o afastaram dos gramados nos últimos jogos e que ainda devem deixá-lo fora do time por mais algumas rodadas. Oficialmente, ele se machucou ao proteger a filha de uma mesa de vidro que quebrou, em casa. Nos diz-que-diz, ele teria brigado com vários jogadores do Rubro-Negro, tentado se matar, teria se cortado num assalto ou até capotado o carro. Ele nega todas elas e até se diverte com tantas especulações sobre sua situação.
"Sinceramente, eu não estou entendendo tudo isso, mas um dia eu vou entender o por que disso tudo", disse à Tribuna logo após pergunta sobre qual seria a última versão para os cortes nos braços. A mais "quente" que chegou à redação foi a de que ele teria se machucado após discutir e brigar com o atacante Maciel, na despedida do zagueiro Rogério Correia, que foi para o Shimizu S-Pulse, num bar da cidade. Maciel o teria atingido com uma garrafa. "As pessoas falam um monte de besteiras e não levam em consideração a família da gente", lamentou.
Para exemplificar a grandiosidade que a versão tomou, ele diz que se machucou no domingo e que a festa teria acontecido somente na quinta-feira, após a partida contra o Malutrom. "Foi um jantar na casa do sogro do Rogério", informou. O procurador e pai do jogador, Toni Silva, até já se acostumou com as versões. "Tem uma que ele tentou o suicídio, que ele brigou com o Rogério lá em Londrina, que foi assaltado e que capotou o carro", enumerou, entre tantas outras.
O presidente do clube, João Augusto Fleury da Rocha, também desmentiu qualquer problema entre os jogadores e garantiu que o clima no elenco é o melhor possível. "Eu só conheço a versão heróica. Não foi me dado nenhum relato diferente daquele passado pelo Diego", disse. Apesar de levar tudo na galhofa, o goleiro diz que tudo isso começa a incomodar. "A minha esposa está ficando chateada", revelou.
Entre verdades e mentiras, Diego segue se recuperando no CT do Caju. Na terça-feira, ele retirou os pontos e foi submetido a uma pequena cirurgia plástica para eliminar a cicatriz. "O local está sensível e o médico quer que eu espere mais uns seis, sete dias antes de trabalhar com bola. Mesmo assim, eu vou tentar voltar o mais rápido possível", finalizou o goleiro.
Atlético desembarca hoje com um ponto na bagagem
O Atlético desembarca hoje, no Aeroporto Afonso Pena, por volta das 10h50, com um gostinho de "poderia ser melhor", mas sem lamentar muito o empate na estréia na Copa Libertadores da América.
Se não traz os três pontos na bagagem, o técnico Casemiro Mior comemora a boa apresentação na primeira reunião de quase todos os novos contratados no empate por 2 a 2 com o Independiente Medellín. Hoje, o grupo faz apenas um treino desintoxicante e amanhã já inicia os trabalhos específicos para a partida de domingo, contra o Império, pelo campeonato paranaense.
"Nós conversamos no hotel (antes da partida) com o grupo dizendo que, na Libertadores, um empate fora de casa é sempre um ponto ganho", comemora o treinador rubro-negro, em entrevista à rádio CBN. Mesmo assim, ele lamenta que, pelo futebol apresentado, a vitória seria um prêmio para quem viajou desacreditado. "Claro que, da forma como aconteceu, foi muito amargo. Do jeito como foi o jogo, como nós dominamos o adversário na casa deles e como eles vibraram pelo empate num jogo que estava perdido", continua.
De qualquer forma, ele enaltece a postura do time na primeira vez que teve Baloy e Marín junto com o restante da equipe. "O Atlético fez um bom jogo, esteve bem taticamente, o Lima fez, taticamente, um grande jogo, o Dênis também e toda a equipe esteve num alto nível", elogia. Mior aponta a garra com que os jogadores se empenharam diante do Medellín. "Conseguimos fazer um jogo em que calamos o público e foi, realmente uma pena, porque seria justo o Atlético ter vencido", completa.
Para domingo, na volta à realidade local do estadual, o treinador atleticano poderá lançar mão do atacante Maciel, que só entrou no segundo tempo em Medellín porque estava com dores musculares. A tendência é que o restante da equipe seja mantido, mesmo com o lateral-esquerdo Marín tendo sido expulso pela Libertadores. Mior ainda poderá contar com o atacante Aloísio e o lateral-direito Jancarlos. Esses dois são os últimos reforços para a competição internacional e serão apresentados oficialmente hoje, pela assessoria de imprensa do clube. Ontem, o grupo B, o popular "Ventania" realizou um treino físico pela manhã e um trabalho técnico à tarde, sob o comando do auxiliar Nílson Borges.
Atuação derruba pessimistas
O descrédito da torcida antes da estréia do Atlético na Copa Libertadores da América parece contrastar com a euforia que a imprensa colombiana tratou o empate com o Independiente. Se no Brasil poucos acreditavam num bom futebol do Rubro-Negro no Estádio Atanasio Girardot, o futebol apresentado pelo vice-campeão brasileiro encantou os jornalistas de Medellín. O periódico El Colombiano classificou o resultado do time local como "Empate de oro".
"O regulamento diz que as partidas de futebol têm 90 minutos, no entanto, ontem, o Independiente Medellín só jogou sete e com esse tempo foi suficiente para presentear com uma noite inesquecível a seus torcedores, que já estavam indo embora em meio a lágrimas e terminaram eufóricos", diz o texto de abertura da partida de terça-feira do principal jornal da cidade. A eloquência do El Colombiano dá mostras de como o Atlético encantou em campo e mostra o respeito pela equipe comandada por Casemiro Mior.
Tudo bem diferente do time que deixou Curitiba no domingo rumo à terceira participação na Libertadores. De acordo com pesquisa do sítio www.futebolpr.com.br pouca gente acreditava numa boa campanha do Furacão na competição continental. O sítio perguntou como seria a presença do Atlético no torneio e a maioria declarou que o time não passará da primeira fase. Nada menos que 73,02% dos 2.335 não acreditam no time de Mior. Dos votantes restantes, 14,82% são otimistas e acreditam no título, 6,64% acreditam numa boa campanha e 5,52% dizem que o Rubro-Negro cai quando enfrentar uma equipe argentina.