Ary da Graça, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), ainda não conseguiu falar com Ricardinho após o corte dele na seleção que disputa o Pan do Rio. Na manhã de ontem, o dirigente ligou para o levantador, mas não conseguiu encontrá-lo. A reportagem da Tribuna também tentou contato com o levantador em Maringá, onde reside sua família. Mas os telefones não foram atendidos, e, depois, o celular estava desligado.
Segundo a imprensa de Maringá, que fez plantão em frente ao condomínio onde mora o jogador, Ricardinho não atendeu os jornalistas, e os familiares também não quiseram falar sobre o corte do levantador para Jogos Pan-Americanos. Ricardinho foi escolhido no último mundial, realizado na Polônia, como melhor jogador do campeonato. O Brasil conquistou o 7.º título mundial.
Perguntado sobre o clima na seleção, o presidente da CBV falou sobre a crise. ?Não está ótimo, mas está tudo bem. Não me envolvo nas decisões das comissões técnicas?, explicou.
O dirigente também garantiu que nunca disse que havia um acordo entre Ricardinho e Bernardinho, conforme foi veiculado na noite de sábado, quando o corte do jogador foi anunciado. ?De jeito nenhum. Disse que ele havia sido dispensado normalmente porque havia um desgaste?, destacou.
Ao contrário do grupo de jogadores, o presidente da CBV declara que não foi surpreendido com o corte. ?Não foi surpresa, porque sabia que havia um desgaste. O Bernardo falou comigo e eu apoiei a sua decisão?, contou.
Ary da Graça também contou que Ricardinho tentou um primeiro contato com ele. ?Mas não pude atender na hora. Liguei de volta e dessa vez não consegui falar. Mas durante toda a vida sempre tentei orientar os jogadores como se fossem meus filhos. Lógico que quero falar com o Ricardo, uma pessoa por quem tenho tanto apreço. Ele é um craque?, elogiou o dirigente. ?Desde 2002, ele é o melhor levantador do mundo. Briguei muito com a Federação Internacional por isso, até que ele foi reconhecido com o prêmio de melhor jogador dessa Liga Mundial.?
Quanto ao desabafo do jogador, que disse se sentir ?traído?, Ary da Graça amenizou. ?Ele não se sentiu traído por mim, mas acho que todo mundo que fala alguma coisa antes de 24 horas de passar por alguma situação difícil fala coisas que não deve. As pessoas precisam se acalmar antes. Tenho certeza de que hoje ele não se sente traído. Até porque ele não foi expulso do grupo, as portas estarão sempre abertas para ele.?