Numa das maiores operações policiais dos últimos anos no futebol europeu, as autoridades belgas realizaram na manhã desta quarta-feira buscas e apreensões em 44 diferentes localidades e em dez dos 16 clubes da primeira divisão do país.
Donos de clubes, jornalistas, dirigentes, jogadores, agentes, treinadores e mesmo árbitros semiprofissionais são suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa que usava o futebol para atividades corruptas e lavagem de dinheiro.
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A pedido dos belgas, 13 operações foram realizadas ainda em nove países, entre eles França, Luxemburgo, Chipre e Montenegro. Num total, a ofensiva contou com mais de 200 policiais. Sob o radar da Justiça estão clubes tradicionais como o Anderlecht, Brugge e Standard Liège.
De acordo com a Justiça belga, documentos, computadores e cofres privados foram confiscados de vários dos locais. Vários dos suspeitos foram detidos entre eles o agente Mogi Bayat, o ex-diretor do Anderlecht, Herman Van Holsbeeck, o atual treinador do Brugge, Ivan Leko, além dos árbitros Sébastien Delferière e Bart Vertentes.
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O processo começou no final de 2017, quando surgiram suspeitas de pagamentos de comissões sobre a transferência de jogadores, fraude e o encobrimento de pagamentos sobre os salários de jogadores e de treinadores.
Ao se aprofundar na investigação, o inquérito descobriu indícios de compra de resultados em jogos da elite do campeonato nacional. Alguns dos detidos para questionamento são considerados como verdadeiros pilares do futebol belga, que vive um de seus melhores momentos da história.
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Mogi Bayat, por exemplo, controlaria 90% do mercado de transferências no país. Já o croata Ivan Leko é o atual treinador do Brugge e foi com ele que o time venceu o campeonato nacional na temporada passada. Herman Van Holsbeeck liderou o Sporting de Anderlecht entre 2004 e 2018.
A Federação Belga de Futebol ainda não se pronunciou sobre o caso, enquanto os clubes apenas confirmaram que foram alvo de operações policiais.
Com Eden Hazard e Kevin De Bruyne, a seleção belga viveu em 2018 um de seus melhores momentos na história e atingiu as semifinais da Copa do Mundo, seu melhor resultado num Mundial. O grupo passou a ser tratado como “a geração de ouro” do futebol nacional belga, hoje mergulhado em sua pior crise em anos.
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