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Derrotado dentro de campo nas oitavas de final da Liga dos Campeões pelo Real Madrid, um dos clubes cuja envergadura almeja alcançar um dia, o Paris Saint-Germain deve iniciar nas próximas semanas uma nova etapa de seu projeto de conquistar a Europa. Mesmo com a ausência de Neymar no momento decisivo do torneio, o prestígio do craque brasileiro segue intacto entre os diretores do clube, que garantem sua permanência em Paris, apesar do suposto assédio do time madrilenho. Quem não goza dos mesmo prestígio é Unai Emery, cuja demissão deve marcar o início do planejamento para a temporada 2018/2019.

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Emery foi um sobrevivente da trágica derrota por 6 a 1 para o Barcelona no Camp Nou, em 2016, e se manteve no posto apesar de também perder o Campeonato Francês. A justificativa da direção foi de que seu time havia feito uma apresentação de gala no 4 a 0 sobre o próprio Barcelona, no Parque dos Príncipes, e de que ele mereceria um voto de confiança.

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Sua manutenção no cargo aconteceu mesmo com a reformulação de toda a direção esportiva, com a promoção do brasileiro Maxwell a coordenador esportivo e a chegada de um novo diretor esportivo, o português Antero Henrique. Questionado sobre a próxima temporada, coube a Henrique reiterar no último domingo que Neymar não será negociado. “É claro que Neymar vai permanecer em Paris na próxima temporada”, sentenciou o dirigente. Ou seja, para o PSG 2018/2019 começa pelo brasileiro.

Já Emery teria chegado a seu limite. Tricampeão da Liga Europa pelo Sevilla, o espanhol não conseguiu se impor em Paris como o comandante que levaria o clube ao topo do mundo. O desgaste que já havia na temporada passada foi ampliado ao longo da atual em razão da suposta falta de controle em momentos de tensão que afloraram no grupo de estrelas. O mais claro desses episódios foi o atrito entre Neymar e Cavani pelo posto de batedor de pênaltis. Sua aparente falta de pulso expôs os jogadores dentro de campo e provocou certa antipatia em relação ao brasileiro entre torcedores do PSG e na França.

O episódio parecia superado, quando suas escolhas para o confronto com o Bayern de Munique e a derrota por 3 a 1 quase provocaram sua queda, que teria sido cogitada por Antero Henrique, segundo o jornal Le Parisien.

Já a primeira partida com o Real Madrid relançou as dúvidas sobre sua capacidade de gerenciar o grupo e, ao mesmo tempo, de tirar o melhor de um elenco milionário. No jogo na Espanha, Thiago Silva, até então capitão da equipe, foi sacado e substituído por uma jovem promessa, Kimpembe, de 22 anos. A escolha do jovem meia argentino Lo Celso, 21 anos, ex-prodígio do Rosario Central, para fazer a função de volante mais recuado do time, também se mostrou desastrosa. Por fim, a entrada de Meunier na lateral direita, avançando Daniel Alves para o ataque, acabou sendo vista como a razão pela qual um bem-vindo empate em 1 a 1 se transformou em uma derrota por 3 a 1 difícil de reverter.

Em Paris, a pressão da imprensa não ajuda. Pierre Menès, célebre comentarista esportivo do Canal+, da França, já pediu sua cabeça após o primeiro jogo. “Ele nunca ganha um jogo importante fora de casa. Há um ano e meio. É por acaso?”, questionou, ironizando: “continuem a crer que ele tem o nível que o PSG precisa…”

Logo, em Paris parece consenso que o PSG buscará um novo comandante para o vestiário na temporada 2018/2019. Alguns nomes já são inclusive especulados, como Antonio Conte, do Chelsea, e Diego Simeone, do Atlético de Madrid. Outra possibilidade seria mais simples, está desempregado e tem, no currículo duas grandes vantagens: tricampeão da Liga dos Campeões e uma boa passagem pelo PSG em 2012/2013. Trata-se de Carlo Ancelotti. Mas o italiano teria planos de retornar à Inglaterra.

No grupo já milionário, as mudanças não devem ser radicais. As grandes questões da janela de transferências devem ser a contratação de um novo goleiro – Jan Oblak, do Atlético de Madrid, é o favorito -, de um lateral-esquerdo para a vaga de Kurzawa, que não convenceu, e de um volante para lugar do veterano Thiago Motta, de 35 anos.

Do lado das saídas, nomes como o argentino Pastore já vinham sendo cogitados na pequena barca parisiense, que ainda busca o equilíbrio das contas para evitar infringir o Fair Play Financeiro da Uefa. Outro cuja saída chegou a ser mencionada é do alemão Julien Draxler. Vale lembrar que o clube tem a missão dupla de compensar os 222 milhões de euros por Neymar, objetivo já próximo, e justificar os 180 milhões de euros por Mbappé, que serão pagos ao Monaco ao término de seu empréstimo.

A última possibilidade, que não vem mais sendo muito evocada, mas foi uma das hipóteses cogitadas ao longo do ano, seria a venda de Cavani. Ídolo número 2 do clube – para muitos, o número 1 -, o artilheiro uruguaio é o vértice do ataque parisiense, mas uma eventual negociação poderia resolver dois problemas: preencher o caixa e evitar sanções da Uefa e, se ainda existirem, resolver um eventual mal-estar com o astro brasileiro.