A nota enviada na noite de quarta-feira continha um erro no segundo parágrafo – os gols fora de casa deixam de ser critério de desempate na final da Sul-Americana. Segue a versão corrigida:
O Goiás deu um grande passo para transformar a melancolia pelo rebaixamento no Campeonato Brasileiro em alegria pela conquista do primeiro título internacional de sua história. O time goiano venceu o Independiente por 2 a 0, na noite desta quarta-feira, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, na primeira partida das finais da Copa Sul-Americana.
A vitória dá à equipe brasileira a possibilidade de perder por até um gol de diferença no segundo duelo, na próxima quarta-feira, em Avellaneda, na Grande Buenos Aires – na final da Sul-Americana, o gol fora de casa deixa de ser critério de desempate. Se for campeão, o Goiás garante a vaga na Libertadores de 2011 e disputará a seletiva para o torneio contra o Liverpool, do Uruguai.
“É apenas uma boa vantagem, não é ótima ou excelente, por tudo que vamos encontrar lá. Mas a equipe deles vai ter que se abrir e nós vamos poder contra-atacar bem e marcar forte”, analisou o goleiro e capitão Harlei. “A gente tem que entrar lá como se estivesse 0 a 0”, alertou o atacante Rafael Moura.
Toda a sorte que deixou o time goiano na campanha que o fez perder a vaga na elite do futebol nacional sobrou na partida desta quarta-feira. O jogo estava nervoso e equilibrado quando, aos 14 minutos, o volante Carlos Alberto dividiu fortemente com a zaga argentina no lado direito do campo. A bola atravessou toda a área e parou caprichosamente no pé do artilheiro Rafael Moura, que só tocou na saída do goleiro Navarro para marcar seu sétimo gol no torneio.
A abertura do placar permitiu ao time goiano jogar no erro do rival. Sete minutos depois, Marcelo Costa puxou contra-ataque e enfiou na área para Douglas. O lateral deu um leve toque para o meio e achou Otacílio Neto livre para só empurrar para o gol. O Independiente não era nem sombra de ameaça. A rigor, só assustou num chute forte de Cabrera bem defendido por Harlei.
Para o Goiás, o segundo tempo era questão de administrar o resultado e impedir que os argentinos repetissem o feito do primeiro confronto das semifinais com a LDU, em que chegaram a estar perdendo por três gols no Equador e diminuíram para 3 a 2. Mas o desafio ficou mais fácil depois da expulsão do atacante Silvera, aos 12 minutos, por agredir Rafael Toloi com uma cotovelada.
Mesmo com um jogador a mais, o time brasileiro mostrou-se satisfeito com a vantagem construída e não se esforçou para ampliar – só criou uma boa chance, com Rafael Moura, de cabeça. O Independiente também não pressionou para diminuir o prejuízo, a ponto de o goleiro Navarro fazer cera para evitar uma goleada. A torcida que lotou o Serra Dourada não se incomodou com o marasmo e fez festa até o final.
Antes do último duelo da Sul-Americana, o Goiás receberá no domingo o Corinthians, no Serra Dourada, em jogo que pode decidir o título brasileiro. O técnico Artur Neto, no entanto, deve mandar a campo um time reserva, para poupar os titulares de um maior desgaste.
FICHA TÉCNICA:
Goiás 2 x 0 Independiente
Goiás – Harlei; Douglas, Ernando, Rafael Toloi e Marcão; Amaral, Carlos Alberto, Marcelo Costa (Felipe) e Wellington Saci; Otacílio Neto (Éverton Santos) e Rafael Moura. Técnico – Arthur Neto.
Independiente – Navarro; Velázquez, Tuzzio e Galeano; Cabrera (Matheu), Battión, Godoy (Pato Rodríguez), Fredes (Maxi Velázquez) e Mareque; Parra e Silvera. Técnico – Antonio Mohamed.
Gols – Rafael Moura, aos 14, e Otacílio Neto, aos 21 minutos do primeiro tempo.
Árbitro – Carlos Torres (PAR).
Cartões amarelos – Velázquez, Galeano, Otacílio Neto e Carlos Alberto.
Cartão vermelho – Silvera.
Renda – Não disponível.
Público – 35.500 pessoas.
Local – Estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO).