A nota enviada anteriormente continha um erro no primeiro parágrafo. Na verdade, a eleição acontecerá em março, e não em fevereiro. Segue a versão corrigida:
A eleição para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), marcada para o fim de março, pode se transformar em uma batalha judicial. O motivo: um dos candidatos para fazer parte do Conselho de Administração do órgão esportivo brasileiro tem seu atual cargo questionado na Justiça. O pleito reserva oito das dez vagas para presidentes de entidades filiadas ao COB.
Matheus Figueiredo, o atual presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), é um dos candidatos no COB. Mas a Justiça ainda poderá devolver o cargo ao antigo presidente da CBDG, Eric Maleson.
Em uma carta enviada no dia 14 de janeiro ao presidente do COB, Paulo Wanderley, Maleson explicou o caso e protestou. “Cabe a mim informar ao COB que o cargo da Presidência da CBDG está sob judice no TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) e, por este motivo, o COB não pode aceitar nenhuma candidatura da CBDG até que o processo tenha uma decisão final”, escreveu.
Maleson foi quem denunciou o ex-presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, diante dos procuradores franceses por corrupção. Mas ele relatou que foi sua oposição ao ex-dirigente que abriu uma ofensiva de Nuzman contra sua administração na CBDG, o que o levou a ser substituído por Figueiredo.
Em 2012, Maleson foi contra Nuzman em sua reeleição no COB, no único voto negativo recebido pelo ex-dirigente. Ele apontou que foi isso que levou o COB a “orquestrar” um processo administrativo contra ele. O caso, desde 2012, teve diferentes decisões.
“O juiz Ademir Pimentel, da 2a instância do TJRJ decidiu me manter no cargo alegando não haver motivos para o meu afastamento”, explicou o delator. “Semanas após as eleições, o mesmo juiz inexplicavelmente mudou de ideia e decidiu me afastar da CBDG. Cabe agora ao juiz da 1a instância decidir sobre o meu retorno à CBDG”, disse.
Maleson, na carta ao COB, apontou que hoje existe a “real possibilidade” de a decisão sair a seu favor, o que garantiria seu retorno ao cargo da presidência da CBDG. “Diante deste cenário supracitado e a fim de evitarmos uma situação anacrônica, solicito ao COB que não aceite nenhuma candidatura da CBDG até que seja dada uma decisão final no processo”, escreveu.
A eleição do COB faz parte de um esforço para demonstrar ao Comitê Olímpico Internacional (COI) que a entidade está passando por uma reforma. No ano passado, depois da prisão de Nuzman, o organismo olímpico em Lausanne suspendeu o COB e cortou parte dos pagamentos. A condição para uma retomada das relações era de que a entidade brasileira passasse por uma reforma completa de sua estrutura.