A nota enviada anteriormente continha um erro no título. Segue a versão corrigida:
Com Cesar Cielo fora dos Jogos Olímpicos do Rio, a grande dúvida para a formação do Time Brasil é a presença, ou não, de Rafael Silva. Medalhista de bronze em Londres-2012 e em dois Mundiais no ciclo olímpico, o Baby corre sério risco de não estar no Rio-2016, uma vez que trava briga parelha com David Moura pela convocação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que será anunciada na quarta-feira.
Diferente da natação, que tem critérios muito claros para a convocação – Cesar Cielo precisava ter um dos dois melhores tempos do País após duas seletivas -, no judô também entram critérios subjetivos. A CBJ, que tem convite para todas as 14 categorias olímpicas, já explicou que a prioridade é do melhor atleta brasileiro no ranking mundial, mas que vai levar em conta outros fatores em caso de disputa ponto a ponto.
É exatamente esse o caso da categoria peso pesado do judô. Rafael Silva, que ficou sem competir entre abril de 2015 e janeiro de 2016, por causa de uma lesão muscular, terminou o ranking olímpico, publicado nesta segunda-feira, com 102 pontos de vantagem sobre David Moura: 1.561 a 1.469. Um em nono, o outro em décimo.
A comissão técnica da CBJ adiantou que um dos fatores a ser considerado é o resultado dos judocas de maior expressão – afinal, é dos melhores do mundo que é necessário ganhar para chegar à Olimpíada. Esse ano, Rafael Silva fez oito lutas contra judocas Top 20 do mundo e só ganhou duas (aproveitamento de 25%). São cinco vitórias em 13 confrontos contra os Top 30 (41%).
David Moura foi muito melhor nessa comparação, vencendo oito de 11 duelos contra atletas do Top 20 (72%). Diante de atletas do Top 30, são nove vitórias em 13 confrontos, num aproveitamento de 69%. Rafael ganhou muitos pontos vencendo 14 atletas acima do 50.º lugar do ranking. David só vez oito lutas contra judocas de poucas expressão, também ganhando todas.
Os números mudam um pouco se forem consideradas as duas vitórias de Rafael sobre David, na final do Campeonato Pan-Americano e na decisão do bronze do Grand Prix de Samsun. Dentro do Top 20, Rafael iria a um aproveitamento de 40%, contra 61% de Moura. Mas a capacidade de Baby de vencer David é irrelevante pensando nos Jogos Olímpicos, porque eles não se enfrentarão no Rio de forma alguma. Exatamente por isso a CBJ eliminou o “confronto direto” como fator de escolha.
Pesa a favor de Rafael Silva a sua regularidade ao longo do ciclo olímpico. Desde o bronze em Londres, Baby ganhou duas medalhas em Mundiais (prata em 2013, bronze em 2014) e foi prata no Masters de 2013. David Moura ficou em quinto no Mundial de 2014 e ganhou medalhas nas últimas duas edições do Grand Slam de Paris, o mais tradicional do calendário.