João Carlos Vialle aposta na experiência. Mais velho entre os candidatos à presidência do Coritiba, o candidato foi o primeiro sabatinado pela equipe da Tribuna – hoje, às 15h, Pedro Guilherme de Castro será entrevistado, e amanhã, no mesmo horário, o convidado será Samir Namur. Convivendo com o clube desde os anos 1960, Vialle falou dos seus planos, confirmou que não tem interesse na permanência de Marcelo Oiiveira e garantiu que, se eleito, o Coxa terá como prioridade o futebol.
VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA DE JOÃO CARLOS VIALLE
“Venho dizendo nessa campanha que temos cinco objetivos: futebol, futebol, futebol, futebol e futebol”, afirmou o candidato, que lidera a chapa Sangue Verde. “O próprio nome do clube diz, somos futebol. Não somos vôlei, basquete, tênis ou dança. Claro que quando falo de futebol, trato de profissional e de base”, afirmou João Carlos Vialle. “Vamos trazer um treinador que saiba trabalhar com jovens, vamos trazer atletas da base, vamos montar um elenco forte com 30 jogadores”, comentou.
Ao falar em “trazer um treinador”, o candidato já deixava claro que não pretende contar com Marcelo Oliveira, que se dispôs a continuar no clube após o rebaixamento. “Pode ser até que eu mude de ideia futuramente, mas inicialmente ele não está nos nossos planos. A mudança orçamentária na disputa da Série A e da Série B é muito grande. Os custos são excessivos para manter um treinador que ganha uma importância extraordinária”, afirmou Vialle.
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Na mente do candidato da Sangue Verde, está uma ampla reformulação do departamento de futebol. “A minha ideia é fazer uma reformulação total no departamento de futebol. O torcedor não aceita que pessoas que levaram o Coritiba para a Série B continuem no cotidiano do clube”, reiterou. Mas os dois principais jogadores do time não entram nessa “limpeza”. “Claro que queremos manter o Wilson e o Kléber. São jogadores de qualidade, que a torcida gosta e que têm contrato”, disse.
João Carlos Vialle confia na própria capacidade de gestão para recuperar o Coxa. “Eu fui campeão brasileiro em 1985 como vice-presidente médico, integrando o DM ao futebol, depois campeão estadual em 1989 com o ‘quadrado mágico’, e em 2007 estive no título da Série B como coordenador. Fui duas vezes vice-presidente da Federação Paranaense de Futebol, tive contato com dirigentes da CBF e da Rede Globo. Não sou um aventureiro. Não caí de pára-quedas no futebol. Eu me preparei para ser presidente do Coritiba. Neste momento, estamos em uma encruzilhada. Ou assume o clube alguém que conhece o cheiro de Zig, que conheça o vestiário, que saiba lidar com empresários, ou vamos deixar o Coritiba afundar ainda mais”, declarou o candidato.
Couto Pereira
Diferente da atual gestão, Vialle não vê necessidade na construção de um ‘novo Couto’. “Conversei com pessoas que me garantiram que o Couto Pereira ainda tem vida útil de 40 anos. O Couto é a nossa casa. Evidente que é preciso investir e fazer manutenção, mas não penso de forma nenhuma em novo estádio. Inclusive vamos revitalizar o museu, e aí criamos um cantinho, reunimos todas as maquetes e deixamos em exposição”, ironizou.
O candidato também garantiu que se acertará com a televisão. “Como pode um clube como o Coritiba não ter contrato com a Rede Globo? Com o perdão da palavra, é o fim da picada. Vamos sim conversar, vamos nos acertar, buscando sempre algo positivo para o Coritiba”.
No final da entrevista, João Carlos Vialle pediu votos para os mais jovens. “Hoje temos dois grupos, o dos jovens e o do velho, que sou eu. Nada contra a juventude, nada contra a experiência. Mas é através do dia a dia que formamos a nossa personalidade. Isso não se compra na esquina. São três chapas: o novo, que não se sabe o que pode acontecer, o futuro, que vamos ter que esperar, e o presente, com experiência, com certeza de saber fazer. E prometo uma coisa: o Coritiba vai estar no top 10 do Brasil. Podem me cobrar isso”, finalizou.
