Quem esteve no Couto Pereira na noite de ontem foi testemunha ocular de mais um capítulo da história do Coritiba sendo escrita. Ovacionado pelos mais de dez mil torcedores presentes no estádio, a festa para Alex começou muito antes da bola rolar. Nas arquibancadas torcedores receberam tarjas amarelas de capitão, em referência ao ídolo, e crianças apresentaram bandeiras de todos os clubes por onde o jogador desfilou seu raro talento.
Das mãos do mestre Sisico, profissional das categorias de base do clube há 34 anos e que lapidou o menino Alexsandro, do fim da década de 1980 ao início dos anos 90, o maior ídolo da história recente alviverde recebeu um troféu em alusão à marca. “Tivemos várias revelações pratas da casa, mas o Alex nunca teve defeitos pra bola. Não bebe, não fuma, e morava num ambiente difícil. Tinha meu carro e quando ficava a noite levava ele em casa. Mas tudo isso veio a retribuir, por que ele é o menino de ouro do Coritiba, ele sabe o homem que é, e certamente vai encerrar (a carreira) aqui”, disse o mestre.
Após a partida, o jogador relembrou os conselhos que levou para a vida. “Ele tinha uma frase que ‘todo canhoto já nasce batendo bem na bola, e que se aprimorasse a tendência era melhorar bastante. Conselhos com namoradas, família, amigos, conselhos do samba. O Sisico me ajudou muito como jogador de futebol e como pessoa”, enalteceu.