Era tanta saudade que foi como uma final de campeonato. Com vontade de ver o time jogar, a torcida do Coritiba lotou o Couto Pereira na volta para casa e empurrou a equipe para cima da Portuguesa. O amor foi tanto que numa só partida mais gente passou pelas catracas do que nas dez vezes que o Alviverde esteve em Joinville. E valeu a pena. Apesar do primeiro tempo nervoso, o Coxa se soltou na etapa final com as mudanças efetuadas pelo técnico Ney Franco, e venceu por 2 a 0 com belos gols de Leonardo e Léo Gago. O resultado valeu ao clube do Alto da Glória a vice-liderança da Série B.
Depois de quatro meses sem jogar em casa, o Coritiba entrou em campo saudado por pouco mais de 28 mil torcedores, de uniforme novo, mas não conseguiu segurar os nervos. Era muita ansiedade e o Alviverde acabou se perdendo na catimba da Lusa e também na inexperiência do confuso árbitro José de Caldas Souza. Com o jogo truncado, só Enrico levou perigo ao goleiro Weverton, mas num chute com o pé direito, que não é o bom. Do outro lado, Fabinho assustou Edson Bastos duas vezes e deixou a torcida apreensiva porque promover Green Hell, se associar ao clube e perder não estava no programa.
Mas no segundo tempo, apesar do começo sem nenhum inspiração, o Coxa mudou da água para o vinho. Ney resolveu radicalizar, sacou Ângelo e apostou em Triguinho deslocando Rafinha para a ala-direita e o time engrenou. Foi desse setor que a vitória começou a ser construída. O meia, improvisado, lançou Leonardo na área e o camisa 9 se livrou da marcação e fuzilou. Festa nas arquibancadas. Não era para menos. O grito estava na garganta e a festa precisava de bola na rede para ser completa. E o melhor. Precisando buscar o resultado, a Portuguesa se abriu mais e deixou os espaços que o Coritiba queria.
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Público de ontem foi maior que a soma dos dez jogos disputados em Joinville. |
Nos contra-ataques, as oportunidades começaram a sair e Geraldo, que entrou no lugar do estreante e ovacionado Tcheco, ajudou a animar a galera com dribles e jogadas insinuantes pela esquerda. O gol era questão de tempo, mas ele não veio de bola rolando e coube a Léo Gago tranquilizar a galera de uma vez soltando um petardo sem defesa para Weverton. Ele cobrou falta da intermediária e a bola ainda bateu no travessão antes de cair dentro do gol. Era o que a torcida mais queria. Jogo nervoso, difícil, mas com vitória com um empurrão de fora no grito e no calor humano, que tanto faltaram em Santa Catarina.
Ficha Técnica
Série A – 22ª rodada
Coritiba
Edson Bastos; Cleiton, Pereira e Jéci; Ângelo (Triguinho, 8 do 2.´), Andrade (Marcos Paulo, 16 do 2.´), Léo Gago, Tcheco (Geraldo, 26 do 2.´), Rafinha e Enrico; Leonardo.
Técnico: Ney Franco
Portuguesa
Weverton; Paulo Sérgio, Domingos, Preto Costa e Fabrício; Ademir Sopa (Henrique, 31′ do 2.º), Marco Antônio, Athirson e Héverton; Fabinho (Malaquias, 31′ do 2.º) e Zé Carlos (Ronaldo, 32′ do 2.º).
Técnico: Vadão
Local: Couto Pereira
Árbitro: José de Caldas Souza (DF)
Assistentes: Carlos Emanuel Manzolillo (DF) e Ciro Chaban Junqueira (DF)
Gols: Leonardo, aos 15′, e Léo Gago, aos 42′ do 2.º
Amarelos: Pereira, Andrade e Rafinha (C), Paulo Sérgio, Zé Carlos e Domingos (P)
Público Pagante: 28.134
Público total: 30.414
Renda: R$ 694.205
