Em Ribeirão do Pinhal, interior do Paraná, ninguém sentiu tanto o rebaixamento centenário do Coxa como Sebastião Ferri, 64 anos. Proprietário de uma casa lotérica na cidade, custou para ele crer que eram verdadeiras as cenas de violência e a invasão de campo que via pela televisão.

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“Fiquei sentido, barbaridade. Lógico que vou continuar tendo paixão pelo Coritiba, como ex-atleta e torcedor. Foi minha casa e devo muito ao clube”. Ao saber da existência de um torcedor coxa na região do norte pioneiro do estado, muitos alviverdes questionam: “quem será essa figura?”.

Trata-se do consagrado atacante Tião Abatiá, que junto com Paquito, formou nos anos 70 a mais famosa dupla caipira de Curitiba. No Coritiba ele venceu o Paranaense (1972-73-74-75), Torneio do Povo (1973) e ainda ganhou a Fita Azul (1972). Diz que viveu bons momentos ao lado de Evangelino da Costa Neves. Era feliz no Alto da Glória.

“Tinha tantas propostas pra sair pra fora, mas eu gostava era de ficar no Coritiba. Gosto até hoje. E é por isso que mesmo na segunda divisão não vou deixar de torcer. Pode demorar 10 anos”, enaltece ele que completa: “Gosto do Coxa pois não consegui ser vice. A gente ganhava tudo”.

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Como ídolo e também apaixonado pelo alviverde, Tião Abatiá pede que a diretoria do Coritiba se esqueça de boleiros já consagrados e dê valor ao que já tem no Paraná.

“Nesse interior do Paraná, tem muito jogador bom. Tem que trazer moleque que suja o pé no barro e tem vontade de vencer na vida. Foi assim comigo”, aposta ele, que novamente como Sebastião, já deixa o recado: “O Coritiba é time grande. Tem que por agora o pé no chão e mandar brasa. Logo ele volta pra 1.ª divisão”.

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