O Coritiba acumula estatísticas nada favoráveis neste Campeonato Brasileiro. A mais negativa delas é o desempenho como visitante. Dos 17 jogos que realizou fora de casa, venceu apenas um – 17,65% de aproveitamento. Os números incomodam tanto que o técnico interino Tcheco quer esquecer esse passado pregresso. ‘Uma das coisas que falei com os jogadores é esquecer todas as estatísticas nesse momento. Até por que, se formos tocar nesse assunto tudo será contra nós. Seja por ter vencido só uma vez fora de casa, por não ter um saldo tão bom quanto o dos adversários e por outros aspectos. É um novo momento para nós, um novo ambiente. A gente está tentando prosperar coisas positivas agora’, afirma.
O único problema é que dissociar o campo das estatísticas da campanha do Coritiba se tornou uma missão impossível, principalmente por que os números explicam o atual momento do clube, que com 41 pontos abre a zona de rebaixamento. O Coxa só conquistou 9 dos 51 pontos em disputa em 17 compromissos que realizou longe de seus domínios. Os 17,65% de aproveitamento só superam os 15,69% registrados pelo lanterna Náutico. Entretanto, a equipe pernambucana, já rebaixada à Série B, venceu duas partidas fora de casa, enquanto o Alviverde tem na vitória por 1 x 0 sobre o Grêmio, na longínqua 12.ª rodada, seu único triunfo como visitante. O Timbu, aliás, é também o único time que detém desempenho pior ao do Coxa no segundo turno. Com três vitórias, quatro empates e nove derrotas, somou apenas 13 dos 48 pontos que disputou.
Pela fraca campanha, a reta final de competição para o Coritiba se tornou uma espécie de minitorneio de três jogos. A conta para escapar do fantasma do rebaixamento é simples: somar seis dos nove pontos em disputa, contra Internacional, Botafogo e São Paulo. Nessas condições, vencer o colorado gaúcho, domingo, e fora de casa, mais do que corresponder ao primeiro passo para o time sair do buraco, tornou-se uma obrigação. ‘A situação que me interessa é organizar a equipe para sair de lá (estádio Centenário, em Caxias do Sul-RS) com um bom resultado. Seria ótimo vencer, mas não vejo de mau tamanho um empate, por que ainda dependeríamos só da gente para sair (da zona de rebaixamento)’, aponta Tcheco.
O interino sabe que pelo pouco tempo para o fim do campeonato – restam 17 dias – não há como incorporar uma nova filosofia de jogo ao time. Por isso, Tcheco aposta no fator motivacional como sua principal contribuição à equipe nesses últimos três jogos. ‘Como auxiliar não se tem tanto poder para fazer as coisas. Você acaba literalmente auxiliando. Agora, dentro dos meus conceitos, vou tentar impor alguma coisa. Não há tempo hábil pra algumas situações, e acho que o lado motivacional vai ser muito importante nesse momento’, finaliza.