O Coritiba tenta “virar a página” do Brasileirão e sonha com dias melhores a partir do jogo desta noite – às 21h, no Couto Pereira -, frente à Chapecoense. A recente chegada do técnico Marquinhos Santos é, porém, o único “fato novo” que o clube apresenta ao seu torcedor, apreensivo com o risco de rebaixamento após dezesseis rodadas na maldita ZR. O grupo fala em mudança de atitude, mas o discurso soa pobre diante de números tão ruins. Em toda a temporada, o Verdão não foi além de um 12º lugar, logo na primeira rodada, quando empatou sem gols diante do mesmo adversário de hoje.
Mesmo tendo pouco menos de três meses de calendário pela frente, o confronto marcado para o Couto Pereira tem contornos de mata-mata. O próprio Marquinhos Santos, sem vender ilusões ao torcedor, deixou claro que o campeonato do Coxa é pela sobrevivência na Série A. Nessa via-crucis, tem alguns jogos-chaves, frente a concorrentes diretos. É o caso do duelo de hoje. Uma derrota seria desastrosa para os planos do Coritiba, que necessita de cerca de trinta pontos para chegar ao “número mágico” de 47 e poder encerrar o ano sem um novo trauma. Como fazer para praticamente dobrar o atual desempenho?
As respostas – se é que existem – começarão a ser conhecidas neste confronto. Marquinhos aposta muito no “fator” Couto Pereira para embasar uma arrancada capaz de tirar o Coritiba do atoleiro em que se encontra. Para isso, apela para o torcedor e acredita em apoio incondicional, independente da desconfiança que cerca o grupo, sempre tendo seu potencial técnico colocado em xeque. O aproveitamento no seu estádio beira o ridículo. Apenas uma vitória em oito jogos disputados e um desempenho de 29,17%. “Vamos mudar isso a qualquer custo. Vocês vão ver um novo Coritiba em campo a partir deste returno”, cravou o atacante Elber, animado com a possibilidade de conquistar uma sequência entre os titulares.
Só que para o discurso se transformar em realidade, o Coxa terá que corrigir um problema quase que crônico. Em doze dos dezenove jogos realizados neste Brasileirão, o Coritiba não conseguiu colocar a bola na rede adversária. Com apenas 14 gols, é dono do quarto pior ataque da competição, à frente apenas de Criciúma (9), Bahia (11) e Chapecoense (13) e empatado com o Goiás. “Temos um grupo de qualidade. Só que não conseguimos o encaixe necessário para emplacar uma sequência de bons resultados. Mas, acredito que fizemos bons jogos, à exceção daquela derrota para o Flamengo, na Copa do Brasil”, afirmou Carlinhos. Só que, apesar dos “bons jogos” citados pelo ala coxa-branca, o Verdão não foi além de empates contra Galo e Bahia. Hoje, só uma vitória apontará para uma luz no fim desse túnel, até aqui, obscuro.
Mistério
Marquinhos Santos comandou um treino fechado ontem no CT da Graciosa e não deu pista alguma sobre o time que colocará em campo frente à Chapecoense. “Houve apenas um trabalho de bola parada. Ele não disse nada, nem pra gente”, despistou o lateral-direito Carlinhos.