Membro da comissão técnica do time sub-20 do Coritiba, Acir Cortes, conhecido também pelos lados do Alto da Glória como Mestre Sisico, tem uma relação de pai para filho com o meio-campo Alex, que aos 37 anos, encerrará sua carreira neste domingo, no duelo contra o Bahia, pela última rodada do Campeonato Brasileiro. Sisico foi um dos primeiros técnicos da carreira do camisa 10 alviverde e lembra, que desde a chegada do craque nas categorias de base coxa-branca, Alex já demonstrava que seria um grande jogador de futebol.
“O Alex trabalhou três anos comigo. Ele, naquela época, já tinha qualidade que ele tem hoje. Com 18 anos ele já foi jogar no time principal e daí em diante ele só se consagrou. Fez grandes partidas e, quando ele foi vendido para o Palmeiras, ele já era um craque, pois naquela época não era qualquer um que jogava lá. Sempre torci muito por ele e fez o que prometeu, que era encerrar sua carreira no Coritiba”, disse Sisico, aos 79 anos.
Com um faro apurado para detectar grandes jogadores, Sisico lembra que Alex, desde jovem, já era diferenciado e tinha qualidade que outros jogadores não tinham. “Eu tive meu passado como jogador profissional e já conhecia elementos de jogadores que poderiam ser craque ou não. E ele tinha qualidade que os outros não tinham. O craque tem que ser como ele. Esse é o Alex de antes e de hoje e que tem condições de jogar em qualquer clube do Brasil e do mundo”, pontuou.
Mesmo com Alex em condições de jogar pelo menos mais uma temporada, Sisico acredita que chegou o momento do menino de ouro coxa-branca parar. O mestre de Alex lembrou das dificuldades que o jogador de futebol profissional enfrenta e que agora chegou a hora do camisa 10 alviverde aproveitar a vida e seus familiares da melhor maneira possível.
“Não pediria para o Alex adiar a aposentadoria. Eu tenho 79 anos e estou inteiro. Ele tem que viver, pois ele está fora de casa já faz muito tempo. Ele vive mais com os amigos de time do que a família, essa é a verdade. São concentrações para jogos e viagens que tornam difícil a vida de jogador de futebol profissional. Da maneira que o Alex está e que ele é, eu penso que ele está com o quarto cheio de notas de dólar. Então o certo é ele parar e viver a vida dele. É isso que eu desejo a ele”, detalhou Sisico.
Com passagens por grandes clubes do futebol brasileiro e com uma passagem marcante de oito anos pelo Fenerbahçe, da Turquia, Alex vai encerrar a carreira sem nunca ter disputado uma Copa do Mundo – principalmente a de 2002. “Foi uma grande injustiça. Naquela época ele estava no auge da sua carreira. Dentro de campo, acredito que sempre tem que se procurar levar os melhores. Foi uma pena ele não ter ido, mas isso não apaga o brilhantismo da carreira dele no futebol brasileiro e mundial”, concluiu Sisico.