Tá feia a coisa

Sem patrocínio e premiação, Coritiba vê dívidas aumentarem de 2017 pra cá

Foto: Felipe Rosa

Se o ano de 2018 foi péssimo para o Coritiba dentro de campo, também acabou com um saldo financeiro negativo fora dele. E a tendência é que a restrição monetária no clube permaneça ao longo deste ano. O presidente Samir Namur admitiu que o Alviverde terá que arcar com muitos passivos daqui para frente.

Sem citar valores atuais, disse que a dívida do Coxa agora é ainda maior do que em 2017, quando naquele ano acumulou R$ 8,7 milhões de prejuízo. Além de todos esses problemas, 2019 chegou trazendo ainda mais complicações ao Alviverde, que ainda não conta com patrocínio master e perdeu a chance de lucrar com a Copa do Brasil.

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A situação financeira no Alto da Glória é delicada. Isso porque o rombo financeiro do clube acabou piorando e os próximos meses devem ser desafiadores para conseguir arcar com as contas, como detalhou o presidente.

“Os números do balanço de 2018 ainda estão sendo finalizados, mas o Coritiba pagou no ano passado entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões em dívidas, a maior parte referente a atos trabalhistas. E o número que vai ser levado ao conselho para balanço é de crescimento da dívida, porque surgiram outras, tanto tributárias quanto trabalhistas”, esclareceu Namur, contando que o passivo trabalhista do Coritiba é de R$ 50 milhões.

Em relação às questões judiciais, o presidente citou três ações mais agravantes, Os atletas Baumjohann e Rildo, além do técnico Marcelo Oliveira, que passaram pelo Coxa em 2017, acionaram a justiça do trabalho para receber valores reajustados. Segundo Namur, a questão só chegou a esse estágio porque as tentativas de acordo não foram aceitas pelas outras partes.

Marcelo Oliveira cobra quase R$ 1 milhão do Coxa na Justiça. Foto: Arquivo
Marcelo Oliveira cobra quase R$ 1 milhão do Coxa na Justiça. Foto: Arquivo

À frente do clube desde dezembro de 2017, o dirigente lembrou que já naquela época, quando assumiu sua gestão, estava em aberto toda a folha de dezembro, que não tinha vencido ainda, além de 13° e férias de todo o quadro de funcionários.

“Tivemos que chamar todas essas pessoas para negociar parcelamentos para que, ao longo de 2018, pagássemos. Assim foi feito com praticamente todo mundo. Só dois ingressaram com ações trabalhistas, o Baumjohann e o Rildo. O Marcelo não aceitou a proposta e também preferiu ingressar”, explicou.

2019 desafiador

Além de precisar arcar com as dívidas de períodos passados, a diretoria do Coxa terá que lidar com a falta da entrada de dinheiro em conta neste ano. Até dezembro, o Alviverde contava com o patrocínio master da Caixa Econômica Federal. Porém, o banco não investe mais em patrocínios no futebol.

Na tentativa de ocupar a parte ‘nobre‘ na frente da camisa coxa-branca com uma marca, Samir passou a contar com um profissional experiente.

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“Nós, inclusive, contratamos um novo diretor de marketing, que trabalhou por 11 anos no Internacional, o Rafael Saling. Ele começou a trabalhar na semana passada, e uma das principais tarefas dele é justamente essa busca por novas receitas, incluindo o patrocinador master”, anunciou.

Outro prejuízo sentido foi a eliminação na Copa do Brasil. O clube já contava com a premiação, pelo menos, até a terceira fase, mas arrecadou apenas R$ 525 mil. por ter participado da disputa.

“No caso da Copa do Brasil, o orçamento aprovado no Conselho Deliberativo tinha como previsão de receita a passagem até a terceira fase com os valores referentes a R$ 2 milhões. Então, claro, você tem aí um prejuízo de R$ 1,5 milhão”, contabilizou Namur.

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Ainda com todos os problemas, o mandatário do Coritiba não fugiu da responsabilidade. Alegando que a cúpula coxa-branca está trabalhando incansavelmente para resolver essa situação, Namur, inclusive, disse que fazia questão de estar presente diante da imprensa para que o torcedor soubesse que ele não vai fugir das explicações que precisa dar.

“Cabe a nós, dirigentes, buscarmos receitar alternativas para compensar isso, este é o nosso trabalho”, finalizou o presidente.

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