Será?

Repetir 2011, o desafio de Marcelo Oliveira no Coritiba

Marcelo Oliveira e seus titulares de 2011 - nenhum medalhão, uma equipe desacreditada nacionalmente, mas que "deu liga". Foto: Arquivo

O Coritiba inicia nesta terça-feira (25) a segunda “era Marcelo Oliveira” amparado pelos números e pelo contexto da primeira passagem do treinador pelo Alto da Glória. Assim como em 2011, ele encontrará um elenco com uma mistura de jogadores experientes e meninos da base – e com a visão geral de que o trabalho será apenas para escapar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Naquele ano, o time “deu liga”, venceu o Campeonato Paranaense de forma invicta, foi vice da Copa do Brasil e quase foi à Libertadores. A torcida e a diretoria esperam que a história possa se repetir agora.

Assim como agora, Marcelo Oliveira assumiu um time que não teve sua participação na montagem do elenco. A base do grupo deste ano foi pensada ainda por Paulo César Carpegiani, que iniciou a temporada no Coxa, e depois teve ajustes após o final do Paranaense. Quando chegou, substituindo Ney Franco, o treinador recebeu praticamente o grupo pronto, tendo uma ou outra contratação vinda no decorrer de 2011. Mas a equipe-base era a de Ney, que deixara o clube para trabalhar na CBF – tanto que naquele início de ano o Cori fez as primeiras partidas atuando com três zagueiros, esquema “deixado” pelo antecessor para Marcelo.

O grupo era formado por jogadores “rodados”. Havia um goleiro experiente, Edson Bastos, com Vanderlei na reserva. Na zaga, Pereira. No meio, Tcheco. E na frente, Leonardo. Além deles, outros atletas já com vários clubes nas costas, como Jonas, Jéci, Eltinho, Léo Gago, Marcos Aurélio e Bill. As apostas eram o zagueiro Emerson, vindo do Avaí; Rafinha, destaque desde o ano anterior, quando se transferiu do Paraná; Davi, outro que saiu do Tricolor; e Éverton Ribeiro, contratado do São Caetano já durante o Brasileiro. Além dos garotos da casa, com destaque para Lucas Mendes, zagueiro que virou lateral-esquerdo. Não havia nenhum medalhão.

Mas este time acabou se acertando, a ponto de muitos destes jogadores ainda estarem em destaque no futebol brasileiro. Quando você avalia o Coritiba de 2011 hoje, ele parece mais forte do que ele era na análise “em tempo real”. Afinal, hoje Vanderlei está cotado para a seleção brasileira, Emerson está no Botafogo, Davi está no futebol chinês, Rafinha é destaque no Cruzeiro e Éverton Ribeiro voltou a peso de ouro do mundo árabe para jogar no Flamengo – por sinal, foi o melhor em campo na vitória sobre o próprio Coxa no último sábado (22).

Confira a classificação do Campeonato Brasileiro!

O próprio Marcelo Oliveira repetiu a dose com o Cruzeiro, clube para qual foi depois do Coritiba. Com Éverton Ribeiro e outros jogadores sem tanto destaque nacional (Ricardo Goulart, Willian, Lucas Silva, Mayke, Bruno Rodrigo, Egídio), armou um time quase imbatível, que ganhou o bicampeonato brasileiro sem maiores sustos.

A intenção da diretoria em promover a volta dele ao Coxa é de tentar transformar o grupo de jogadores de destaque nacional mediano (Werley, William Matheus, Alan Santos, Neto Berola, Rildo, Henrique Almeida), garotos (Márcio, Walisson Maia, Rodrigo Ramos, Dodô) e um medalhão (Kléber) em uma equipe que consiga de novo uma arrancada no Brasileirão, e possa repetir o ótimo início de campeonato sob o comando de Pachequinho. A diferença fundamental para 2011 é que desta vez Marcelo Oliveira não terá muito tempo para pensar. Afinal, estará no banco já no domingo (30) no jogo contra o Atlético-MG.

Fazer novamente uma boa limonada com os limões que tem à mão não é uma tarefa desconhecida para o treinador do Coritiba. O problema é que o suco precisará estar pronto e ser bom rapidinho.

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