Depois da sequência de resultados ruins, o Coritiba ouviu a “voz do povo” e iniciou um processo de reformulação dentro do seu elenco e do seu departamento de futebol para acabar, segundo o presidente Rogério Portugal Bacellar, com os “come e dorme” dentro do clube. Depois do atacante Giva, negociado no início da semana, ontem foi a vez de mais quatro jogadores serem afastados do elenco alviverde. O lateral-direito Norberto, os volantes Hélder (estes dois enfrentaram o Goiás no domingo) e Rosinei, além do atacante Wallyson estão treinando em separado do restante do grupo e, segundo o diretor executivo do clube, Maurício Andrade, deverão ser negociados com outros clubes.
O termo “come e dorme” foi usado pelo presidente alviverde em entrevista ao GloboEsporte.com na manhã de terça-feira, após uma conversa com uma associação de torcedores. “Pedi para o Mauricio Andrade analisar o nosso elenco e quem não estiver comprometido nós vamos dispensar. Não queremos jogadores que não estejam totalmente empenhados em tirar o Coxa dessa situação. Não queremos come e dorme. E outra, o Coxa é um dos únicos time do futebol brasileiro que está com salário em dia. Nenhum jogador tem do que reclamar”, atirou Rogério Bacellar. Apenas um dia depois da declaração houve a confirmação dos quatro afastamentos.
Maurício Andrade afirmou que, diante da sequência ruim no Brasileirão, este é o melhor momento para fazer essa reestruturação dentro do clube. “A situação é horrível. Não tem como esconder e os resultados estão mostrando isso. As pessoas que aqui passaram deram o melhor na contratação, na montagem do elenco, mas não está acontecendo. Não temos outra alternativa a não ser reforçar a equipe para tentar mudar o cenário que a gente tem. Entendo que não tem momento melhor que agora para ser feita essa reformulação”, explicou.
Medida tomada por direção e comissão
Segundo o dirigente, a decisão de afastar esses jogadores foi conjunta entre a comissão técnica e o departamento de futebol, baseada também na análise do desempenho dos jogadores alviverdes. “O Coritiba tem uma estrutura específica para a análise de desempenho. Todos participam do processo. Abrimos negociação para recolocação desses atletas em outros clubes. Pesou os aspectos técnicos, o desempenho, enfim, os números que não estavam a contento”, acrescentou Andrade.
O afastamento dos cinco atletas vai de encontro a política do clube de que, para cada chegada, um jogador deve deixar a equipe. Andrade frisou que a ideia é deixar o elenco com 36 jogadores e, antes, 41 atletas integravam o time comandado pelo técnico Ney Franco. Abre-se agora também a possibilidade de mais jogadores das categorias de base serem utilizados, casos do volante Ícaro e dos zagueiros Walisson Maia e Juninho.
Cobrança
O afastamento dos quatro jogadores foi comunicado em uma reunião com jogadores e comissão técnica, onde todos os atletas foram cobrados pela diretoria alviverde. Maurício Andrade garantiu que se melhores resultados não aparecem, mais atletas poderão chegar e, consequentemente, dentro da política do clube, mais jogadores poderão ser negociados pelo Coritiba.
Promessa
“Temos que ter resultado. Não temos mais como esperar. Se precisarmos trazer mais atletas para suprir alguma carência, nós vamos fazer. Esse contexto que fizemos não é adequado pela realidade que temos. Todos sabem que temos que mudar o que foi feito até agora e a reunião foi sobre isso. O Coritiba é muito maior do que qualquer um que esteja aqui. Se a gente identificar que mais alguma coisa tem que ser modificado, vai ser feito. Depois da reunião, os jogadores se juntaram, se fecharam e todos sabem que precisa ser feito algo a mais para modificar esse contexto”, arrematou Andrade, o único representante da diretoria a se manifestar sobre as mudanças no elenco.
O presidente Rogério Bacellar e os vice mais li,gados ao futebol não se manifestaram nem mesmo via site oficial.
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