Depois de deixar os gramados, o ex-meia Alex agora não quer mais nem saber de nada que rola nos bastidores do Coritiba. A gota d’água para o ídolo do clube foram as saídas do vice-presidente Ricardo Guerra e do diretor executivo de futebol, João Paulo Medina. “Serei apenas torcedor. Não participarei de absolutamente mais nada”, disse o ex-atleta, fundamental na eleição da atual diretoria, em dezembro do ano passado. Afinal, o camisa 10 foi o responsável por apresentar Medina a Guerra, onde surgiu o projeto que foi utilizado como base para a campanha eleitoral que elegeu Rogério Bacellar e que tem na chapa, inclusive, a esposa do ex-jogador, Daiane Mauad.

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“A carta-renúncia do Ricardo Guerra e do Professor Medina me deixaram muito triste. O clube mais uma vez perde a chance de tentar executar o que foi mostrado no papel durante o pleito eleitoral ano passado”, criticou Alex em sua conta no Instagram. No Twitter, foi além: “Parece que somos satisfeitos com o que temos. Terminamos uma linda vitória [sobre o Grêmio] sem nenhum menino da base. Inaceitável”.

Foi justamente esse baixo aproveitamento das categorias de base, indo no sentido contrário do projeto, que foram aumentando a insatisfação do agora comentarista. A saída do meia Dudu foi um exemplo. Assim que o meia Rodolfo veio do Flamengo, Alex questionou a viabilidade da contratação de alguém da mesma posição do prata da casa. Quando Dudu foi emprestado no começo de março para o Criciúma, Alex lamentou. “Quando eu achava que seria o seu momento, o clube acha melhor emprestá-lo”.

Bacellar vê Coxa utilizando a base

O presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, acredita que o clube está no caminho certo em relação à garotada. “Nós estamos mesclando como foi prometido na campanha. Atletas da base com alguns jogadores mais veteranos, repatriamos alguns. Mas tudo é feito aos poucos. Não podemos queimar o jogador novo”, justificou.

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“Alex é uma pessoa que considero muito. Gosto demais e vou procura-lo sempre que tiver uma dúvida, uma necessidade. O projeto passou a pertencer ao Coritiba. O mesmo que o Alex ajudou elaborar”, acrescentou.

Porém, com as mudanças na diretoria e sem poder contar diretamente com o ex-meia, o Coritiba vive a incerteza sobre a continuação do projeto que elegeu essa diretoria. “Nada vai mudar. A restruturação financeira e administrativa vai continuar”, disse Bacellar. (ALM e RM)

Diretoria ficou surpresa com saídas

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A saída da dupla de diretores pegou os dirigentes do Coritiba de surpresa. “Fiquei muito surpreso. Não acredito que ele (Medina) tivesse motivo para sair. Estava andando tudo direitinho. O (Ricardo) Guerra até poderia ter o seus motivos, que desconheço. Pelo fato de ter sido trazido pelo Guerra, ele pode ter saído em solidariedade”, afirmou Ernesto Pedroso. “Também não deixaria um salário como o dele”, acrescentou, sobre os R$ 100 mil pagos ao ex-CEO.
Também surpreso, o presidente Rogério Bacellar reforçou que as baixas foram por ‘divergências de ideias’ e lamentou a precocidade da decisão. “Estamos aqui há apenas quatro meses. Mas não adianta segurar quem não quer ficar. O Guerra podia ter o seu posicionamento divergente”. “São perdas importantes, mas ninguém é insubstituível”, encerrou. (ALM)

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