Pachequinho assumiu interinamente o Coritiba em um momento delicado, após uma derrota em casa para a Chapecoense. Mas teve apoio irrestrito, de diretoria, torcida e jogadores. E seguiu assim até o jogo contra o Botafogo, onde ouviu as primeiras vaias e teve o primeiro problema com Juan. Após a derrota para o Atlético-MG, viu Juan romper com ele, Kléber reclamar do excesso de trocas em um programa de TV e a torcida se dividir quanto à permanência dele ou não. Era a vida de um técnico aparecendo com tudo para um dos maiores ídolos da história recente do clube.
A semana de pressão acabou sendo positiva para Pacheco. Teve o respaldo da diretoria no “Juangate”. Apostou em Raphael Veiga como substituto do armador e viu o garoto render bem. Antes mesmo do jogo contra o Santa Cruz, o mesmo Kléber que criticara dias antes voltou a defender o trabalho do interino. E no primeiro jogo depois de sofrer a pressão típica de um treinador, o Coritiba venceu por 1×0 fora de casa o Santa Cruz e saiu da zona de rebaixamento.
Hoje, Pachequinho não é apenas um técnico interino à espera do substituto. É um profissional querendo mostrar serviço e ser efetivado no comando do Coritiba. A vitória do sábado (23) foi muito importante, pois mostrou a boa reação dele a tudo que sofreu. E permitiu que ele falasse com tranquilidade sobre o futuro. “Quando o presidente conversou comigo, a respeito de eu assumir a equipe interinamente, me deixou bem tranquilo. Ele colocou que nosso trabalho teria um período e, após esse período, a gente seria avaliado”, comentou.
O prazo inicial era o final do primeiro turno – quer dizer, depois dos jogos contra Flamengo, Ponte Preta e Vitória. Mas, no auge da crise na semana passada, o diretor de futebol Alex Brasil admitiu que não havia uma data marcada para a definição. O que na teoria seria uma extensão de tempo para Pachequinho trabalhar também representava uma outra pressão – afinal, não haver data tanto poderia levar o interino até o final do Brasileiro quanto tirá-lo do cargo se o time perdesse para o Santa Cruz.
Pacheco respirou fundo e partiu para seu momento decisivo. Começou bem. “A gente vem fazendo o máximo. Não só eu, toda a comissão técnica. E os atletas têm entendido o que a gente quer, a forma de a equipe atuar. Em alguns jogos, tivemos oportunidades de conseguir a vitória, no último minuto acabamos pecando, e a vitória não veio”, disse, citando indiretamente os jogos fora de casa contra Corinthians e Atlético-MG, quando quatro pontos viraram pó – pontos que fariam tremenda diferença na classificação.
E depois de dias de tensão, virão dias mais tranquilos até a partida contra o Flamengo, no domingo, no Couto Pereira. E se veio enfim a primeira vitória fora de casa, no próximo jogo a obrigação de vencer segue, desta vez para melhorar o aproveitamento no Alto da Glória. “Esperamos no próximo jogo ter o mesmo comportamento, ser mais forte ainda e ter uma sequência de resultados positivos”, disse Pachequinho.
Compreensão! Leia mais sobre o futebol paranaense na coluna do Mafuz!