Prudentópolis mostra que salários não são tudo

Com status de surpresa do Campeonato Paranaense, o Prudentópolis, 4.º colocado com 14 pontos e adversário do Coritiba na partida de hoje à noite, no Couto Pereira, está a uma vitória de avançar à 2ª fase da competição – fato recorrente aos times da Capital, mas de grande relevância aos clubes do interior, que ano após ano realizam verdadeiras engenharias financeiras para não fechar as portas e lutam por calendário para o segundo semestre. No caso do time da região centro-sul a conquista, caso venha a se confirmar, será ainda mais impactante.

Após o vice-campeonato na Divisão de Acesso do ano passado, o Prude ascendeu à elite ao lado do Maringá, já fadado como um dos quatro garantidos no Torneio da Morte. Sem contar com jogadores de renome, tampouco grandes investimentos, a desconfiança só se fez crescer junto à folha salarial da equipe, de R$ 100 mil mensais, vindos essencialmente da verba da televisão e do empresariado local, e que é a menor entre os 12 participantes do Paranaense 2014 – valor estimado em cerca de 30 vezes menos ao custo do departamento de futebol do Coritiba. ‘Claro que ainda não tem nada garantido, mas a campanha que o Prudentópolis vem fazendo é digna, e mostrou a força do trabalho pelo futebol do interior’, comemora Valdir Cagnini, presidente do clube.

Prejudicado pela fórmula de tiro-curto do Estadual 2014, que soma apenas 11 jogos na 1.ª fase – o que impacta diretamente na bilheteria, já que do Trio de Ferro apenas o Atlético com seu time sub-23 visitou a terra das cachoeiras -, o Prudentópolis cresceu no momento certo e está a quatro partidas invicto. Entretanto, a equipe reconhece suas limitações e assume a postura de franco-atirador hoje à noite no Couto Pereira. Sem contar com o resultado contra o Coxa, o jogo chave do time é contra o Cianorte, domingo no estádio Newton Agibert. ‘(Hoje) Não vamos jogar com a responsabilidade de vencer. O que vier contra o Coritiba passa a ser lucro’, não esconde o técnico Ivair Cenci, que promete um duelo tático contra Dado Cavalcanti. ‘Esse também é um dos nossos pontos fortes. O futebol hoje por dentro está apertado, congestionado, e por isso solto meus laterais como pontas’, se referindo aos alas Luizinho e Biro-Biro.