Quando se pensa que a novela Keirrison está acabada, ela volta com tudo e não tem prazo para terminar. No final de semana ele estreia pelo Palmeiras no Paulistão, mas Coritiba e Mais Sports continuam brigando na Justiça pelos direitos econômicos do artilheiro.
No capítulo de ontem, os advogados da empresa que agencia a carreira do K9 conseguiu uma liminar bloqueando 80% dos R$ 2 milhões recebidos pelo Alviverde do clube paulista e da parceira Traffic. No entanto, hoje ou amanhã a direção do Coxa promete o contra-ataque, mostrando que negociou apenas a parte que tinha direito.
“Essa ação foi impetrada para resguardar o percentual que o próprio Coritiba colocou em discussão, por isso pedimos o bloqueio desse valor”, explica William Castilho, advogado da Mais Sports.
Com base nisso, o juiz Diego Santos Teixeira, da 19.ª Vara, acatou o pedido e permitiu que o clube receba apenas R$ 400 mil agora e que R$ 1,6 milhão seja retido em juízo até que a questão seja esgotada. “A Mais não participou da reunião que liberou Keirrison, não houve anuência e a liminar é para recuperar o prejuízo que a empresa teve”, aponta Castilho.
Mas no Alto da Glória, a ação era esperada. “Não foi surpresa para o Coritiba e estávamos cientes que a Mais Sports iria questionar a venda dos 20%”, diz Gustavo Nadalin, advogado do clube.
Segundo ele, nas negociações com o Palmeiras, a empresa já tinha alertado que, se o clube não retirasse a ação que pede os 100% dos direitos econômicos, tomaria tal atitude.
“Muito me admira a participação de Fernando Barrionuevo, que era advogado do Coritiba na época da assinatura do contrato no caso. Ele já tinha nos alertado e o juiz deferiu a liminar porque julgava urgente”, analisa.
Mas e agora? “Vamos juntar o contrato que foi assinado pelo Coritiba, Palmeiras e Keirrison e explicar ao juiz que vendemos apenas 20%, percentual apenas do clube e que, em nenhum momento, está sendo questionado”, garante Nadalin. Em dezembro, o Coritiba conseguiu na justiça uma liminar que garantia 100%.
Com isso o clube requer o dinheiro pago (cerca de R$ 8 milhões) pela Traffic à Mais em novembro pelo pré-contrato assinado por K9 com o Desportivo Brasil. Por sua vez, a Mais alega que o dinheiro recebido foi a título de luvas no contrato futuro.