Explicações

Presidente do Coritiba culpa antigas gestões pelas dificuldades na Série B

"Mesmo com o futebol apresentado até agora, o Coritiba está sim na briga pelo G4 da Série B", garantiu Namur, em carta aos sócios. Foto: Albari Rosa

Caminhando para completar seu sétimo mês de mandato na presidência do Coritiba, Samir Namur, em carta aberta aos sócios do clube, comentou sobre o momento atual do time na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro. Na verdade, foi um desabafo do mandatário alviverde. O dirigente reclamou do excesso de dívidas do Coxa, criticou gestões anteriores e abriu algumas situações do departamento de futebol, entre elas as dificuldades em acertar nas contratações diante do investimento mais baixo neste primeiro ano de gestão.

Namur iniciou a carta colocando em xeque se está correto fazer terra arrasada neste momento de instabilidade do Coxa na Série B. No último final de semana, lideranças de torcidas do clube foram ao CT da Graciosa e conversaram com membros do G5 sobre a fase atual do time alviverde e cobraram melhores resultados. Para isso, a diretoria sabe que precisa fazer contratações.

“É o momento de fazer terra arrasada? Está tudo errado e nada do que está sendo realizado se aproveita? Nossa resposta para essas perguntas é absolutamente negativa. Isso porque, mesmo com o futebol apresentado até agora, o Coritiba está sim na briga pelo G4 da Série B; briga essa que tem boas condições de se concretizar em acesso no final do ano. E caso isso aconteça, o cumprimento do orçamento, o pagamento de dívidas e as vendas de atletas da base serão alicerce para melhores resultados nos próximos anos, em um trabalho que certamente é de longo prazo”, ponderou o mandatário, admitindo que revelações podem ser negociadas para melhorar os cofres do clube, embora estes jogadores estejam perdendo espaço.

No entanto, segundo a carta, a restrição financeira tem impedido que o Coritiba possa fazer grandes contratações para conseguir ter melhores atuações e resultados na segunda divisão, mesmo recebendo R$ 35 milhões de cotas de televisão.

Samir Namur explicou que o clube, neste ano, está pagando salários atrasados de outras gestões e impostos, além da reforma do setor Pro Tork e de obras do Couto Pereira que, segundo ele, foram negligenciadas pela antiga gestão.

Presidente defendeu trabalho da diretoria e que investimento foi baixo até aqui no futebol. Foto: Marcelo Andrade
Presidente defendeu trabalho da diretoria e que investimento foi baixo até aqui no futebol. Foto: Marcelo Andrade

“Ao mesmo tempo em que o Coritiba tem a maior receita de TV, certamente é o que tem a maior dívida de curto prazo. Que outro clube da Série B tem um boleto de R$ 10 milhões para serem pagos apenas em 2018 (que são nada mais do que salários de ex-jogadores que não foram pagos)?. Uma hora a conta chega. E quando essa conta chega para um clube de futebol, é justamente da folha de pagamento dos atletas que esse dinheiro sai. Não à toa as últimas duas gestões tiveram contas reprovadas pelo Conselho Deliberativo. Equilíbrio financeiro com gestão de dívidas e cumprimento do orçamento eram fundamentais; gastar só o disponível se fazia necessários”, comentou.

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O cartola também revelou os números das 16 contratações realizadas até agora. Segundo o presidente, o Coxa tem um gasto mensal de R$ 900 mil, o que dá uma média de R$ 56 mil por atleta. Samir Namur salientou ainda que a política de gastar de acordo com o orçamento, mesmo que o patamar seja baixo, vem sendo aplicada, diferentemente das últimas gestões e que acabaram endividando o clube. Diante disso, ele admitiu alguns erros na escolha de alguns atletas, mas que nem tudo foi erro até agora no departamento de futebol.

“Mesmo assim, não resta dúvida de que há contratações com rendimento abaixo da expectativa criada, assim como outras que têm justificado o motivo da vinda. Vale dizer, houve sim erros, mas também diversos acertos. E no futebol, quanto menos dinheiro se tem para gastar, maior a obrigação, mas também a dificuldade de acertar”, explicou.

“E cumprir o orçamento é diretriz de gestão inédita na história recente do Coritiba, o que explica o patamar baixo de salários das contratações, mesmo frente à necessidade de reformular um elenco praticamente inteiro”, detalhou Namur.

Confira a classificação completa da Série B

Por fim, o presidente coxa-branca rebateu algumas críticas feitas por torcedores e imprensa ao diretor de futebol Augusto de Oliveira. Samir dividiu a responsabilidade com toda a diretoria e comissão técnica na escolha das contratações e que o dirigente é o responsável apenas por cumprir ordens e negociar com os empresários dos novos jogadores do clube.

“No tocante às contratações, a única tarefa exclusiva do diretor de futebol corresponde às tratativas com empresários de atletas e outros clubes, medida importante para moralizar um processo que outrora era realizado por diversos dirigentes, amigos, conselheiros, entre outros”, concluiu.

Leia na íntegra a carta do presidente do Coritiba:

carta-do-coritiba-para-a-torcida

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