Do vinho pra água

Preocupação toma conta do Coritiba a horas da estreia

O Coritiba saiu da euforia para a extrema preocupação. Depois de chegar à final do Campeonato Paranaense com sete vitórias seguidas (incluindo uma pela Copa do Brasil), marcando 19 gols e sofrendo apenas um, veio a sequência mais negativa da temporada. São três derrotas seguidas, duas para o Atlético e uma para o Juventude, sofrendo seis gols e não marcando nenhum. E perdendo o título paranaense e criando uma dificuldade maior para tentar a classificação na Copa do Brasil.

Não é o cenário que se imaginava a um dia da estreia no Campeonato Brasileiro, competição onde o nível de exigência é bem maior, e na qual o Coxa sofreu nos últimos quatro anos com o risco de rebaixamento, que foi crescente a cada competição. Nas últimas, a salvação veio na rodada final, com necessidade de garantir resultados para escapar da degola.

E a estreia já será contra um time mais forte, o Cruzeiro, neste sábado (14), às 21h, no Couto Pereira. Bicampeão nacional em 2013 e 2014, com mais recursos e com consequente capacidade maior de investimento, a Raposa mostrou que quer dar um salto da qualidade ao contratar Paulo Bento, ex-técnico da seleção portuguesa, para o lugar de Deivid, o ex-atacante coxa que teve sua primeira experiência como treinador.

Antes da derrota para o Juventude, o técnico Gilson Kleina admitiu que o tempo para treinar foi curto – e para conversar também. O motivo? A inevitável avaliação do elenco para o Brasileirão. ‘Falei rapidamente com eles na terça, porque na segunda ficamos em reuniões com a diretoria e a comissão técnica para discutir algumas situações‘, contou em entrevista à rádio Transamérica.

Apesar da desastrada declaração de Alceni Guerra, vice-presidente do clube, afirmando que o Coxa não precisava de reforços (‘Não temos nenhuma posição carente como nós tínhamos no ano passado‘, disse), a comissão técnica desde abril já tratava das possibilidades de contratação para o Brasileiro. A aposta em uma base experiente funcionou em boa parte do Paranaense, mas é arriscada – Kléber se machucou no início da competição e Ceará e Juan desfalcaram a equipe na decisão.

Por isso será preciso contratar mais. Ficou evidente que Ceará não tem um reserva confiável (Reginaldo fracassou e Dodô ainda é jovem). No meio, César Gonzalez passou a ser uma opção, mas mesmo assim há o interesse de reforçar o setor – também na marcação, onde João Paulo e Alan Santos são absolutos. Da mesma forma, é preciso contratar pelo menos um atacante, já que Kléber sofreu com a falta de companhia na final do Estadual – Negueba e Leandro vivem má fase, espaço que deverá ser ocupado por Vinícius já a partir deste sábado.

De qualquer forma, todos no Alto da Glória sabem da necessidade de fazer um campeonato bem melhor. Alceni Guerra falou em ficar entre os dez primeiros, Alan Santos admitiu uma dívida com a torcida, Gilson Kleina disse que os jogadores vão dar a vida em campo para conseguir uma boa campanha no Brasileirão. Mas as palavras que mais ecoam são as de Kléber, ainda no calor da perda do título paranaense. “Se continuarmos errando, de novo vamos lutar para não cair”. É esse o recado que ficou das tr&,ecirc;s derrotas seguidas do Coritiba.

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