Destino cruzados

Péricles Chamusca segue a trilha de Vagner Mancini

A chegada de Péricles Chamusca ao Coritiba faz o futebol paranaense revisitar a primeira metade da década passada. Tanto o Coxa quanto o Atlético, após trocarem seus treinadores, resolveram apostar em dois nomes que ganharam espaço no mercado após conquistar o título da Copa do Brasil por equipes modestas. No lado rubro-negro, a solução gerou o efeito que o lado alviverde agora espera encontrar.

O primeiro foi o próprio Chamusca. Em 2004, o treinador surpreendeu o País ao faturar a competição com o modesto Santo André-SP, que na época estava na Série B do Campeonato Brasileiro. Naquele ano, a equipe do ABC paulista estreava no segundo maior torneio do Brasil e logo de cara mostrou sua força. Pelo caminho, deixou para trás times como Atlético-MG e Palmeiras, até chegar à semifinal, onde eliminou o XV de Novembro-RS de Mano Menezes e conquistou o direito de disputar a final, diante do Flamengo.

Amplo favorito, o rubro-negro carioca havia colocado uma das mãos na taça ao empatar por 2 x 2 a primeira partida da decisão no Parque Antárctica. No Maracanã, diante de mais de 70 mil torcedores, cabia ao Flamengo apenas cumprir o roteiro. Só que foi aí que Péricles Chamusca apareceu e levou o Santo André ao título, após vitória por 2 x 0. Uma conquista que, por muito pouco, não veio em 2002. No comando do Brasiliense, Péricles chegou à final diante do Corinthians, mas acabou ficando com o vice-campeonato.

André Rodrigues/Gazeta do Povo
Péricles Chamusca: campeão de 2004, ele andou sumido.

Em 2005, foi a vez de Vágner Mancini. Assim como Chamusca, o técnico levou um estreante ao título da Copa do Brasil. Porém, com um caminho muito mais árduo. Desde a primeira fase, a equipe de Jundiaí-SP teve que enfrentar adversários da Série A: Juventude, Botafogo, Internacional, Figueirense e Cruzeiro. O time do interior paulista foi eliminando um a um até a final contra o Fluminense. Com uma vitória por 2 x 0 no Jaime Cintra, e um empate por 0 x 0 em São Januário, Mancini fazia história e confirmava de vez seu espaço no mercado dos treinadores.

Volta por cima

No entanto, os títulos não firmaram os dois entre os principais técnicos do Brasil. Logo após a conquista de 2004, Péricles Chamusca acertou com o São Caetano. No ano seguinte, assumiu Goiás e Botafogo, mas sem chamar muito a atenção. Passou quatro anos no Oita Trinita, do Japão, onde foi campeão da Copa da Liga do Japão, em 2008, até voltar ao Brasil para comandar Sport e Avaí, onde foi campeão catarinense, em 2010. Depois, passou pouco mais de dois anos no Catar, trabalhando no Al-Arabi e no Al-Jaish.

Já Mancini, após trabalhar no Paulista, teve clubes mais expressivos na carreira. Ficou dois anos no Al-Nasr, dos Emirados Àrabes, até voltar ao País. Passou por Grêmio, Vitória, Santos, Vasco, Guarani, Ceará, Cruzeiro, Sport e Náutico. Somou apenas dois Estaduais na carreira e chegou ao Atlético desvalorizado no mercado.

Porém, a rápida recuperação, e a boa campanha do Furacão no Brasileirão e na Copa do Brasil, o colocaram em evidência novamente. Ao ser apresentado no Coxa, Chamusca afirmou que esta é a oportunidade de mostrar sua capacidade, ‘invertendo os papéis’. Se em 2004 e 2005 ele foi o ‘pioneiro’ em levar uma equipe modesta ao título da Copa do Brasil, desta vez Mancini é quem tomou a iniciativa de recuperar um paranaense no Campeonato Brasileiro.

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