Se depender do passado, a partida de amanhã, contra o Goiás, pode ser decisiva para a continuidade de Marquinhos Santos à frente do comando técnico do Coritiba. É que na mesma 22.ª rodada, mas pelo Campeonato Brasileiro do ano passado, o técnico Marcelo Oliveira acabou demitido. O atual treinador do Cruzeiro experimentava pressão igual a vivida pelo seu sucessor. Não conseguia colher resultados positivos, gerou desconfiança na torcida, teve respaldo da diretoria até onde foi ultrapassado o limite do bom senso.
Marcelo Oliveira ficou um ano e nove meses no Alto da Glória, conquistou dois títulos estaduais, além de levar o clube a duas decisäes consecutivas da Copa do Brasil. No entanto, sem deslanchar no Campeonato Brasileiro de 2012, cujo objetivo principal era uma vaga na Libertadores, o desgaste acumulado com a derrota por 3 x 0 para a Portuguesa, na 22.ª rodada, e numa mesma quarta-feira, encerrou a passagem do técnico pelo Coxa.
Seguindo os passos de seu antecessor, em momento algum – pelo menos até agora – Marquinhos Santos teve seu trabalho questionado pela alta cúpula alviverde. Muito pelo contrário. Frequentemente após as partidas, o presidente Vilson Ribeiro de Andrade exalta a capacidade do treinador. ‘Acho ele excelente. Um profissional que vem trabalhando seriamente e que em um ano deu uma estrutura ao clube. A diretoria está satisfeita e é o treinador do Coritiba. Mas você encaixar um time que muda muito é complicado. O treinador, coitado, é sempre malhado dentro desse conceito. Mas não é o culpado. O problema é que você tem que ter a vitória. Futebol vive de resultados’, disse.
Para o dirigente, a situação de Marcelo Oliveira é distinta da vivida por Marquinhos Santos. Segundo ele, o ex-comandante do Coxa pediu para sair por não ter mais o controle sobre o grupo. ‘O treinador só sai quando não se sente confortável no grupo, e o Marcelo Oliveira chegou pra mim e disse que não se sentia mais em condiçäes de tirar algo a mais daquele grupo. Evidentemente que demos o apoio. O Marquinhos tem o comando do grupo, ele está a vontade e com o comando nas mãos. Enquanto ele tiver isso, ele vai ficar”, revelou.
A prova de que Marquinhos Santos realmente tem o apoio irrestrito do elenco é que o meio-campo Alex, um dos líderes do grupo, rotineiramente também sai em defesa do treinador. ‘Entendo a cultura do futebol brasileiro, mas se fosse para escolher um culpado não seria o treinador. Ele não tem tempo pra trabalhar’, garantiu.