Se no futebol brasileiro houvesse um manual de time rebaixado, o Coritiba, pelo menos até agora, viria cumprindo boa parte dos requisitos de equipes que não evitaram a queda para a segunda divisão. Entre brigas políticas, trocas no departamento de futebol, demissões de treinadores a salários atrasados, o Verdão chega para as cinco últimas rodadas do Brasileirão com a missão de, mesmo em um cenário totalmente desfavorável, permanecer na elite do futebol nacional.
Desde que a gestão atual, liderada pelo presidente Rogério Portugal Bacellar, assumiu o clube, no início do ano, muitos fatos comprovaram que o mandatário e seus pares de diretoria não falavam a mesma língua. Membros do G5, como Ricardo Guerra, Ernesto Pedroso, André Macias e Pierre Boulos, deixaram a cúpula alviverde por conta de divergências de pensamentos. Os dois últimos, inclusive, saíram depois da divulgação de conversas de WhatsApp, onde o grupo chamado de “Os Indomáveis”, criticavam duramente Ernesto Pedroso, que até então era o vice-presidente de futebol, e o presidente Bacellar. Este grupo era, inclusive, contra a permanência do técnico Ney Franco logo após a goleada sofrida para o Santos, fora de casa, ainda na 17ª rodada do primeiro turno.
Queda
Desta vez, veio a prova da falta de convicção da diretoria alviverde. Depois de bancar, após o empate contra o Figueirense, na noite de sábado, no Couto Pereira, a permanência de Ney Franco, a direção cedeu a pressão de um grupo de conselheiros e demitiu o treinador anteontem à noite. Pachequinho já comandou ontem os treinamentos e estará no banco na partida de sábado contra o Corinthians.
O diretor de futebol do clube, Valdir Barbosa, que, junto com o presidente era a favor da permanência do treinador, afirmou que foi voto vencido nesta tomada de decisão. “Foi uma medida em conjunto. Cada um coloca seu pensamento com relação ao assunto que está acontecendo. Tomamos a medida que acreditamos ser melhor nesse momento”, admitiu Barbosa.
Violência
Se não bastasse todos os problemas, o Coxa precisou conviver com outros fatos. Logo na estreia do técnico Ney Franco, na derrota por 1×0 para o Flamengo, no Couto Pereira, um grupo de torcedores e entre eles conselheiros do clube, invadiram o vestiário para cobrar os jogadores e a comissão técnica. Após outra derrota, para o São Paulo, na semana retrasada, houve uma nova tentativa de invasão de um grupo de torcedores ao vestiário alviverde. O clima ficou ainda mais tenso e, a pressão sobre o elenco aumentou depois deste episódio. Para completar o cenário desfavorável para o Coritiba, o clube mais uma vez viveu com os atrasos salariais que já assombraram o clube na gestão de Vilson Ribeiro de Andrade. A crise aumentou quando o atacante Keirrison escancarou os problemas do clube e reclamou, em rede nacional, além dos salários atrasados, mas também da falta de competência da atual gestão para tocar o futebol.
Trocando as pernas! Veja a opinião de Massa sobre a situação do Coxa!
