Páginas da Tribuna ajudam a contar a história de Alex

Um dos maiores ídolos da história do Coritiba, o meia Alex completa amanhã, contra o J.Malucelli, mil partidas como profissional. Um marco que poucos conseguem ao longo da carreira, ainda com a mesma camisa utilizada na primeira vez que entrou em campo.

Há quase 19 anos (em 02/04/1995), Alex foi escalado pelo técnico Paulo César Carpegiani e logo de cara foi titular na vitória do Coxa por 3 x 1 sobre o Iraty, em Irati. Ainda chamado de Alessandro (embora seu nome seja Alexsandro), Alex começava sua trajetória no futebol. Depois disso, ao longo dos 998 jogos seguintes, o meia voltou à elite do futebol brasileiro com o Coxa no mesmo ano, conquistou a América com o Palmeiras, foi campeão de tudo com o Cruzeiro e ainda virou ídolo nacional na Turquia.

Uma história com um desfecho positivo, mas que começou por uma dessas ironias do destino. Em 1995, o Coritiba atravessava uma grave crise financeira, inclusive com ameaça de greve dos jogadores por não receberem os salários. Em má fase, Carpegiani pediu demissão do cargo, que foi negado pela diretoria, que admitia que o elenco era fraco. Mesmo assim, o comandante alviverde se negava a usar os garotos da base.

No dia 25 de março, oito dias antes da estreia de Alex, o atacante Laurinho, outra cria da base, era especulado para jogar contra o Batel, mas Carpegiani abriu mão. Mas logo depois não teve jeito. O empate diante do Batel e a falta de opções para montar a equipe fizeram com que o treinador recorresse à base. Mais precisamente a Alex, ou Alessandro. “O Alessandro me parece mais preparado para estrear entre os profissionais”, foi a declaração de Carpegiani, que saiu na edição do dia 1.º de abril da Tribuna, um dia antes do primeiro jogo de Alex. A surpresa foi tanta que, neste mesmo dia, Alex já era capa do jornal (ao lado).

Dezenove anos depois, Alex se reencontrou com a chamada sobre sua estreia. O jogador gostou de rever as velhas lembranças e admitiu que no começo, comprava os jornais para ver suas matérias, mas que não ficava ansioso para se ver nas páginas. “Eu ficava mais ansioso vendo o Pedro Vianna (que escrevia sobre o futebol juvenil) do que para ver o que saía sobre mim”, confessou ele, 999 jogos depois.

Começo em grande estilo

Logo na estreia, Alex não se intimidou. Mesmo com apenas 17 anos, o então garoto soube se impor no meio de tantos ‘veteranos’ e ajudou o Coxa a derrotar o Iraty, fora de casa, por 3 x 1, dando o passe para o segundo gol, marcado por Daniel. Isso com apenas três minutos de jogo.

Atuação e emoção que não teriam como ser esquecidas. ‘Foi um jogo muito legal, porque uma semana antes eu não participava de nada, muitos jogadores se machucaram, o Carpegiani me deu uma chance e eu aproveitei’, disse ele, que lembra muito bem o que passou pela cabeça quando entrou em campo.

‘Passou a emoção de um menino que estava tendo a chance de jogar no seu time pela primeira vez. Eu entendi que não era a última oportunidade, porque eu tinha apenas 17 anos, mas eu fui com a cabeça de que era uma primeira oportunidade real, com o Coritiba necessitando fazer um bom jogo. Eu tinha que aproveitar da melhor maneira possível e as coisas aconteceram bem, tive participação no segundo gol e isso me deu um alívio’, disse ele.

Mas não foi só para o próprio meia que a atuação foi marcante. Depois daquele jogo, Alex não saiu mais do time. E nem das manchetes. Dois dias depois da estreia, a Tribuna já avisava: ‘Alessandro, 17 anos, novo ídolo que surge’, era a chamada. No dia seguinte, mais um destaque para o garoto. Desta vez, já sendo chamado de Alex, a seu pedido, ele e outras cinco revelações viravam a aposta de Carpegiani, que se rendia à base. Mas só o camisa 10 brilhou.

Dali em diante, Alex era figurinha carimbada entre os onze titulares, sendo um meia ou um atacante. Não importava. Para Carpegiani, era quase um Alex e mais dez no time. Anos depois, a história foi mostrando que a aposta do treinador deu certo.

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