A Espanha foi campeã mundial usando novos conceitos táticos, os quais até o técnico Mano Menezes já avisou que pretende usar na Seleção Brasileira. No Coritiba, porém, o 4-2-3-1 não é nenhuma novidade.
Camuflado num 4-4-2, o técnico Ney Franco apresentou o Alviverde ao ousado esquema no início deste ano. No Paranaense, valeu o troféu de campeão e na Série B tem mantido a equipe no G4.
Na rodada passada, contra o Sport Recife, a adoção do 3-5-2 foi apenas uma emergência. Sábado, contra o Vila Nova, o 4-2-3-1 será novamente colocado em prática.
“Estamos desde o início da temporada jogando dessa forma. Por coincidência, na Copa do Mundo se viu a maioria das equipes atuando assim. Acho que é um trabalho de acompanhar outras equipes jogando”, aponta o treinador do Coxa.
De acordo com Ney Franco, a tática é usada por ele desde os tempos em que treinava as categorias de base do Cruzeiro. “Trabalhamos dez anos na base e disputei muitos campeonatos contra equipes europeias. Por diversas vezes, no juvenil e nos juniores do Cruzeiro, tive a oportunidade de montar equipes dessa forma. Agora, no Coritiba, novamente tive a oportunidade de montar a equipe da forma como eu penso o futebol”, revela.
Segundo o técnico alviverde, o segredo é ter no elenco dois volantes que saibam sair para o jogo. “No futebol brasileiro, atualmente, o pessoal não estava acostumado e só depositava o apoio ao ataque aos laterais. A gente sabe que o futebol mudou e todo mundo marca o seu lateral. Se não tiver volantes que saiam para o jogo, você fica sem força ofensiva”, diz, complementando a explicação: “Com a defesa bem protegida, e com laterais que saibam jogar em linha de quatro, os volantes podem sair para o jogo e permitir que os meias virem pontas, como é a forma como estamos jogando.”
Por isso, ele não escondeu a felicidade de ver Mano Menezes avisando que vai atuar assim também. “Eu fico satisfeito, por que a gente está na vanguarda e estamos jogando como se joga o futebol moderno”, analisa.
Além da base do Cruzeiro e do Alviverde, Ney também lembra da fase boa do Ipatinga. “Quando peguei o Ipatinga, montei uma equipe para jogar no 4-4-2. A equipe ficou um ano e quatro meses num sucesso enorme e, agora, peguei o Coritiba no meio do caminho. Hoje comecei um trabalho da forma como eu gosto e até o presente momento os jogadores entenderam a filosofia porque eles têm características de jogar dessa forma”, finaliza o treinador.
