Seis pessoas que participaram da confusão no Estádio Couto Pereira,após a partida entre Coritiba x Fluminense, em 6 de dezembro, foram denunciadas pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por tentativa de homicídio qualificado.

Quatro delas já estão presas; uma está foragida; e outra, com o mandado de prisão pendente. No total, o MP-PR ofereceu denúncia para 14 torcedores, por lesão corporal grave e leve e invasão de campo (prevista no Estatuto do Torcedor).

Todos foram denunciados com base nas imagens do confronto entre torcedores e policiais. Os promotores de Justiça envolvidos na investigação -Rodrigo Regnier Chemim Guimarães, Fábio André Guaragni e Aline Bilek Bahr – fizeram o “recorte” de toda a confusão no estádio.

Minutos

Neste primeiro momento, foram levados em consideração apenas cinco minutos de gravações sobre o confronto. “É um trabalho difícil. A ideia foi isolar fatos e fazer as investigações voltadas especificamente para cada um”, comenta Guaragni.

A promotora Aline Bilek Bahr lembra que, desta maneira, fica afastado o argumento de denúncia de forma generalizada. Guaragni informa que quatro policiais ficaram feridos na confusão, um deles com gravidade. “Como critério determinante para a tentativa de homicídio foi o uso de objetos metálicos, pontiagudos.”

Guaragni ressalta que não se pode afirmar a existência de uma quadrilha dentro da Império Alviverde. “É possível que existam focos de quadrilha dentro das torcidas organizadas, e não só na do Coritiba. São indícios iniciais e não significam que todo integrante seja quadrilheiro.”

Quadrilhas

Investigação de outros crimes

Este é apenas o início das investigações e de todo o trabalho do MP-PR. Segundo o promotor Guimarães, ainda são investigados eventual formação de quadrilha; a lesão sofrida por um funcionário do Fluminense; ameaça ao presidente do Coritiba, Jair Cirino, e outro dirigente do clube; a agressão contra uma mulher que estava em um ônibus em Pinhais e que perdeu três dedos após a explosão de uma bomba caseira; agressão a moradores do bairro Santa Cândida, em Curitiba; dano qualificado (depredação no estádio); crime de tráfico de drogas; e as circunstâncias do ferimento a bala de borracha em um torcedor.

Ajuda

Guimarães pede a ajuda da população para a identificação de envolvidos na confusão. Vários já foram identificadas, mas existe ainda uma dificuldade muito grande, especialmente das 35 pessoas envolvidas com o incidente em Pinhais.

Os promotores também pedem auxílio para identificar outras situações em que aparecem os envolvidos na confusão no estádio, como em brigas em datas anteriores. Quem souber alguma informação deve procurar o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil, ou o próprio MP-PR.