Passou o Campeonato Paranaense, a Copa do Brasil e o atacante Gustavo Mosquito segue esquecido no Coritiba. O jogador, escolhido na pré-temporada para ser titular do setor ofensivo pelo técnico Sandro Forner, jogou fora a chance de mostrar seu futebol por conta de um imbróglio envolvendo a renovação do seu contrato, que termina no final de setembro deste ano. Até o fim do seu vínculo, o atleta deve ficar apenas treinando no clube. No entanto, desde o último sábado (7) ele não aparece para as atividades, sem dar justificativas.
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“O Coritiba em nenhum momento afastou o Mosquito dos treinos ou tratou de forma diferenciada. No último sábado de manhã, no CT, o Mosquito saiu no meio do treino, pediu na rouparia todo seu material e teve seu pedido negado. Saiu do CT no sábado e não retornou mais. É sabido que o Mosquito entrou com três ações na Justiça do Trabalho para rescindir, mas nenhuma tinha fundamento e ele teve seus pedidos negados”, afirmou o presidente Samir Namur.
Desde o início da temporada, o Coxa procurou o jogador e seus procuradores para renovar o vínculo. À medida em que Mosquito teria um bom aumento salarial para estender seu contrato, o clube queria aumentar a multa rescisória de R$ 2 milhões para R$ 20 milhões. No entanto, os representantes do centroavante acharam muito elevado o valor e por isso não houve um acordo.
“A torcida sabe que ele não aceitou o contrato para receber R$ 30 mil de imediato sem ter jogado um minuto no profissional. Para ele talvez fosse pouco. Não aceitou nossa proposta de renovação. O Coritiba fez toda a sua formação, deu alimentação, treinamento, suplemento, toda a assistência média e psicológica. Depois de 11 anos, ele não aceita uma proposta excelente como essa. O nome disso é ingratidão”, disparou o dirigente.
A diretoria do Alviverde, quando assumiu o clube no final do ano passado, afirmou que os jogadores da base só entrariam em campo se tivessem seus contratos renovados. Foi o que aconteceu com a maioria dos atletas mais jovens, que disputaram grande parte do Campeonato Paranaense. Neste período, Mosquito ficou apenas treinando e perdeu a chance de despontar no cenário nacional.
Com todo esse imbróglio, o atacante já pode assinar um pré-contrato com outro clube. No entanto, só poderá entrar em campo quando encerrar seu vínculo com o Coritiba. Especula-se que o Corinthians teria o interesse no jogador. Se quiser contar com o atleta antes desse período, qualquer time terá que pagar a multa ou entrar em acordo com o Coxa envolvendo jogadores na negociação.
Também neste período perdido, Mosquito, através dos seus advogados, tentou se desvincular do Alviverde na Justiça. Ele alegou o não pagamento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de 22 meses, além dos 13º salários de 2013, 2014 e 2017, depósito do FGTS de dezembro do ano passado e segunda parcela do 13º salário de 2017. No entanto, teve todos seus pedidos negados e por isso segue treinando no clube.
“É um quadra grave de ingratidão, de abandono. Deixo o recado para ele e sua família: se ele se arrepender pela ingratidão e pelo abandono, a diretoria e eu como presidente garanto, que o clube está de braços abertos para perdoá-lo e recebe o atleta com o mesmo contrato e a mesma proposta de renovação dos três anos. Se o Mosquito precisar comprar a briga com seus representantes e empresários, o Coritiba vai comprar ao lado dele para que ele seja nosso atleta”, disse Namur.
O acordo, no entanto, parece ser improvável. Gustavo Mosquito, então, perderá também a chance de disputar a Série B do Campeonato Brasileiro, que começa neste final de semana. Enquanto isso, outros jogadores revelados na base, como o zagueiro Thalisson Kelven e os volantes Vitor Carvalho e Julio Rusch, conseguiram boas atuações neste início de temporada e são titulares da equipe.