Luto

Morre o ex-goleiro Jairo, ídolo do Coritiba

Jairo fez história com a camisa do Coxa, inclusive participando da campanha do título do Brasileirão de 1985. Foto: Arquivo

Morre um gigante do futebol paranaense. Dizer isso pode parecer clichê nestes momentos de triste surpresa. Mas é uma frase totalmente verdadeira ao se tratar de Jairo do Nascimento, que faleceu na manhã desta quarta (6), aos 72 anos, após meses de luta contra o câncer. Ele teve um quadro de pneumonia nos últimos dias e acabou não resistindo. A história de Jairo faz parte do nosso esporte, não só do Coritiba, clube que defendeu por 410 vezes e é o jogador que mais vestiu a camisa alviverde.

Catarinense, Jairo teve passagens pelo Joinville e pelo Fluminense antes de ser contratado pelo Coritiba. Chegou no início daquela que foi, para muitos, a fase mais gloriosa do Coxa. Naquele tempo, o clube havia tido dois nomes históricos no gol, Célio Maciel e Joel Mendes. Dois mitos que acabaram sendo sucedidos por um goleiro que acabou sendo ainda maior.

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Quando assumiu a meta alviverde, Jairo virou Jairão, a Muralha de Ébano. Se o Cori era um esquadrão com Orlando, Hermes, Nilo, Pescuma, Hidalgo, Negreiros, Krüger, Zé Roberto, Paquito, Tião Abatiá e Dirceu, tudo começava com as defesas impressionantes e a presença do goleiro. Empilhou títulos com a camisa alviverde. Virou ídolo – talvez só Dirceu Krüger seja mais vinculado ao clube do que ele.

Brilhou tanto que parou na seleção brasileira e depois no Corinthians. Sofreu – e muito – com a ridícula e silenciosa contestação aos goleiros negros. Mas estava lá quando o Timão encerrou seu jejum de títulos, depois foi ser campeão no Náutico e voltou ao Alto da Glória para encarar momentos difíceis no início dos anos 1980.

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Mas quando veio a maior conquista alviverde, Jairo estava lá. Era reserva de Rafael durante a campanha do título brasileiro de 1985, mas teve participação decisiva. Na primeira partida da semifinal contra o Atlético-MG, vitória coxa por 1×0 no Couto Pereira, Jairo foi o melhor em campo, salvando o time das investidas de Sérgio Araújo, Reinaldo e Éverton. Ele tinha que estar presente no momento mais importante da história do Coritiba.

Jairo é eterno ídolo do Coxa. Foto: Arquivo/Gazeta
Jairo é eterno ídolo do Coxa. Foto: Arquivo/Gazeta

Já era um veterano, mas seguiu jogando, no Coxa e depois no América-MG. Aí encerrou a carreira e voltou para Curitiba. Passou a ser um cidadão local, uma das figuras mais queridas da cidade. O sorriso fácil, o abraço caloroso e a conversa tranquila marcaram o Jairão pós-futebol. Era sempre muito bom encontrar com ele.

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Mas o câncer no rim devastou a Muralha de Ébano. Um tratamento caro e desgastante foi aos poucos derrotando o herói, internado desde o dia 23 de janeiro. Até que nesta quarta ele foi vencido. Dizer que Jairo permanecerá na memória de todos, como um dos maiores jogadores que o futebol paranaense já teve, é de novo um clichê. Mas é uma frase totalmente verdadeira. Vá com Deus, Jairão. E obrigado.

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Velório e enterro

Jairo será velado na Terceira Igreja do Evangelho Quadrangular (rua Otávio Francisco Dias, 299, Água Verde), das 21h desta quarta até às 14h de quinta-feira (7). Às 15h da quinta, o corpo do ex-goleiro será sepultado no Cemitério Vertical (rua Konrad Adenauer, 940, Tarumã).

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