O técnico Marquinhos Santos retornou ao CT da Graciosa menos de um ano após sua demissão. Como ocorreu em 2012, quando o Coritiba abriu suas portas para colocá-lo no mercado, o treinador estreará frente ao Flamengo. O jogo de amanhã – às 22h, no Couto Pereira – é o primeiro válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O momento era outro, mas também de pressão. O Verdão vivia um momento de queda no Brasileirão, sob o comando de Marcelo Oliveira, mas reagiu bem à troca no comando. O Coxa largou na primeira ‘era’ Marquinhos Santos goleando o rubro-negro carioca por 3×0.
Desta vez, Marquinhos terá um trabalho muito mais árduo. Diferente do que se viu em 2012 – quando o grupo tinha jogadores de bom nível, como Éverton Ribeiro e Deivid – desta vez ele terá como primeiro obstáculo superar a desconfiança em torno do potencial deste elenco. Um cenário alimentado pelo seu antecessor. Celso Roth sempre destacou o ‘passivo técnico’ como o principal problema do Coritiba. Os números, até aqui, comprovam as carências de um grupo que, neste Brasileiro, só conseguiu três vitórias e completou 14 rodadas seguidas na zona do rebaixamento.
No Coritiba, considerando o desempenho apenas nos Brasileiros (2012 e 2013), Marquinhos Santos computou um aproveitamento de 48,72%. Marca que, se repetida, poderá livrar o Verdão do rebaixamento. O treinador terá 21 jogos para mudar a sorte do clube e, com o desempenho passado, somaria mais 30 pontos, fechando o ano com 45 pontos. Em 2009, o próprio Coritiba caiu com 45 pontos. Na era dos pontos corridos, foi a marca mais elevada, à exceção do ano passado. O Fluminense seria rebaixado com 46, mas acabou ‘salvo’ pelos pontos perdidos pela Portuguesa, no STJD.
Nos mais de doze meses em que comandou o Verdão (de 8/9/2012 a 24/9/2013), Marquinhos Santos dirigiu o clube em 69 jogos, com um desempenho de 57,6%. Conquistou o título estadual de 2013, mas acabou marcado por fracassos na Copa do Brasil – eliminado na segunda fase, pelo Nacional-AM – e na Sul-Americana. A derrota para o modesto Itagüi, da Colômbia, acabou determinando a sua saída (até inesperada), no ano passado. À época, deixou o clube ao lado do diretor de futebol Felipe Ximenes. Um dos pontos que pesou para o seu retorno foi o conhecimento que ele possui do clube e do elenco.
Marquinhos chega ao clube ao lado de Marcelo Serrano, seu auxiliar direto. Com a mudança no comando técnico, Tcheco passa a integrar de forma direta a nova comissão, com Glydiston Ananias como o responsável pela preparação física. A ideia é, a partir de uma comissão mais enxuta (e barata), garantir também um reequilíbrio financeiro e técnico. O ‘estilo’ Roth não vingou no Alto da Glória e o desafio do novo treinador será, o quanto antes, redefinir uma identidade para o Coritiba, que só com um desempenho muito acima da média conseguirá salvar uma temporada, até aqui, perdida.
