“A bola vai entrar. Se a equipe deles não toma muito gol em casa, a partir de amanhã, vai começar a tomar”. A declaração de Pablo, atacante do Atlético, na véspera do Atletiba do sábado (3), talvez tenha sido para motivar o próprio time para o jogo. Mas teve efeito contrário – deu aquela motivação que vem da raiva para os defensores do Coritiba, que resolveram se desdobrar no clássico. E coube ao mais improvável dos jogadores alviverdes ser o herói da partida no Couto Pereira. Até dois meses atrás um desconhecido, o zagueiro Márcio teve uma atuação impecável e ainda fez o gol da vitória. E mesmo que não esteja ainda muito acostumado aos microfones, foi ele quem respondeu às provocações prévias do rival.
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“Venho trabalhando muito forte. Deus me iluminou. Está provado que a nossa zaga está sendo menos vazada. Falaram merda aí”, atirou Márcio, sem meias palavras. “Eles falam o que eles querem. Foi só mais um incentivo para nós”, admitiu o zagueiro alviverde. Contratado em janeiro, o jogador de 24 anos veio do Atibaia, da terceira divisão do futebol paulista – mesmo clube que revelou Iago no ano passado. Para ele, tudo ainda é muito novo, inclusive a estrutura de treinamento.
Por isso, segundo o técnico Pachequinho, Márcio demorou a se adaptar. “Ele precisava deste período de adaptação, mas sabíamos do potencial deste jogador. Ele se empenhou e dedicou muito, na parte técnica e na parte física. E com o tempo melhorou e vem aproveitando as oportunidades”, elogiou. O treinador gostou também do sucesso da jogada ensaiada que originou o gol da vitória no Atletiba. “Sabemos que a nossa bola rápida é difícil. A cobrança do Tiago foi muito boa, e o tempo de bola do Márcio também. Trabalhamos muito essa bola parada, no cabeceio”, explicou.
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Para o jogador, uma emoção especial. Ele dedicou o gol à esposa (com direito a coraçãozinho com os dedos na hora da comemoração) e não conseguia encontrar as palavras para descrever o significado do lance. “Ah, gol no Atletiba é especial, né. “Agradeço a Deus e à comissão técnica pela oportunidade. Fui iluminado por fazer um gol neste clássico”, resumiu. Mas, num estilo “zagueiro-zagueiro”, Márcio já pensa no Palmeiras, adversário desta quarta (7), no Couto Pereira. “Temos que manter a pegada dos últimos jogos, porque o jogo vai ser muito difícil”, finalizou.