No treinamento da última sexta-feira, alguns cabelos chamaram logo a atenção de quem entrava no CT da Graciosa. Em campo, Marcelinho Paraíba mostrava um amarelo renovado nas madeixas, mas fora de dele dois amigos também mostravam a mesma coisa. Por que? “Não sei, acho que é pela amizade que nós temos e os meninos gostam de ficar parecidos comigo um pouco. Às vezes, eles até são confundidos com a minha pessoa”, explicou o próprio MP9. Mas não é só isso. O cabelo vai além dessa amizade construída há muito tempo em Campina Grande, quando eles apenas sonhavam com uma vida melhor.
“Eu fico feliz porque eles são pessoas que moram no meu coração, são amigos de infância. Eu procuro estar, de alguma maneira, ajudando eles. Fico muito feliz por eles poderem estar aqui e passarem tranquilidade, confiança e sempre que eu estou triste procuro conversar com eles”, destacou o jogador. Ele revela que todos fizeram um pacto de quem se desse bem na vida ajudaria os outros. “A gente fez isso e, graças a Deus, até hoje, e já faz vários anos, por onde eu passei levo eles comigo quando dá e quando não dá, mesmo eles estando na Paraíba, procuro ajudar e mandar algum dinheiro”, revelou.
E não é diferente em Curitiba e no Alto da Glória ou no centro de treinamentos do Coritiba. Todos os dias eles estão lá presentes. “É verdade. Desde o início da minha carreira sempre estive em volta deles, quando não tinha nada”, apontou. Mas, ao contrário de muita gente, mesmo com o grande sucesso no futebol de um, a amizade não acabou. “Quando passei a conquistar algumas coisas financeiramente eu procurei ajudar eles, até porque a maioria não teve a mesma sorte que eu tive, de jogar bola, ganhar dinheiro”, relembrou o MP9. Para ele, o nordeste não dá as mesmas oportunidades de outras partes do País.
E quem são eles, Marcelinho? “Romério, José Wilson e Cláudio são meus amigos mesmo e o Rogério é meu motorista”, elencou. Mas Cláudio não quis mudar o visual. “O Cláudio disse que isso não combina com ele porque está muito velho para isso”, brincou o craque do Coritiba, que aceitou falar sem tocar no assunto “Arábia”. Após a partida contra o Corinthians ele diz definitivamente se fica ou sai, mas pelo empenho nos treinamentos ele tem demonstrado que está, mais do que nunca, com a cabeça no Coxa. Mesmo assim, enquanto a janela de transferências para a Ásia não fechar na quinta-feira o suspense continua.
