Quando o técnico Pachequinho alertou que o Cianorte seria um páreo mais duro para o Coritiba do que foi o Cascavel, ele não estava errado. Quem viu o Verdão nas quartas de final e depois neste domingo (16) pode jurar que não era o mesmo time em campo. Se contra a Serpente o Coxa apresentou um futebol vistoso, com boas trocas de passes e jogadas rápidas, diante do Leão do Vale o que mais se viu foi uma equipe que não conseguia atacar e se viu pressionado pelo adversário. O resultado foi a vitória de 1×0 do Cianorte, que leva a vantagem do empate para a volta, no Couto Pereira.

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Mas a baixa produtividade ofensiva do Coritiba foi mérito também do Cianorte. Jogando com uma postura tática mais defensiva, com os jogadores mais próximos, como um ‘bloco’, mas também mais agressiva, os donos da casa desde o início foram para cima, sem deixar espaços na marcação, encurralando o Coxa, que pouco acionou seus atacantes. Para se ter uma ideia, o Alviverde até teve bastante posse de bola, tocou de um lado para o outro, mas não conseguia, de fato, transformar esta posse em conclusão. Tanto que João Gabriel foi um mero espectador de luxo da partida.

Por outro lado, Wilson salvou o time coxa-branca em pelo menos três oportunidades, evitando uma derrota ainda mais complicada. Só não conseguiu evitar o gol de Eduardinho, que, aos 31 minutos do primeiro tempo, recebeu cruzamento preciso de Vinícius e fez o gol da vitória.

“O que aconteceu é que o adversário, contando com o apoio da torcida, sabíamos que viria para cima. Nós alertamos que seria difícil e teríamos que competir, buscar ter a posse da bola, marcar mais forte. Em alguns momentos do jogo ficamos muito distantes do adversário, o que facilitou a construção da jogada deles, principalmente no lance do gol”, admitiu o técnico Pachequinho.

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A dificuldade maior do Coritiba, na verdade, se deu, principalmente, no meio-campo. O Alviverde passou boa parte da partida no campo de defesa, sufocado pela marcação do Leão do Vale, que teve no primeiro tempo um velho conhecido do Coxa como destaque.

Léo Gago ditava o ritmo do Cianorte. O experiente volante era uma espécie de elemento-surpresa, surgindo como um armador e confundindo a marcação coxa-branca. No segundo tempo ficou responsável pela marcação, uma vez que o Alviverde voltou com uma postura um pouco mais ofensiva. Com isso, o Verdão não conseguia chegar com perigo.

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Pachequinho até que tentou. Colocou Filigrana, que entrou com bastante vontade e até criou uma chance de perigo, mas que a defesa do time do interior salvou antes de a bola chegar até Daniel. Depois, tirou Alan Santos para colocar Léo Santos, voltando ao 4-3-3 utilizado na primeira fase. Mas sem de fato fazer os armadores – no caso Anderson e Daniel – funcionarem, o trio na frente praticamente fez apenas número em campo.

Diante da organização tática do Leão, restou ao Coxa tentar na base da vontade, o que gerou vários contra-ataques para o adversário, que não foram aproveitados, mas insuficiente para mudar a situação para o jogo de volta. Agora, o Coritiba precisa ganhar por dois gols de diferença para chegar à decisão. Se vencer por um gol de diferença, a disputa da vaga vai para os pênaltis.