Mais da metade da Séria A já trocou de treinador para 2014

Ano novo, vida nova e técnico novo. Essa será a estratégia da maioria dos clubes brasileiros para a temporada 2014. O velho discurso, adotado principalmente pelos técnicos, que aponta o trabalho a longo prazo e a manutenção da comissão técnica como receita para o sucesso, não foi seguido por mais da metade das equipes da Série A.

Até agora, 11 times que estão confirmados na elite do futebol nacional do ano que vem já anunciaram os seus novos treinadores. Os recentes exemplos de sucesso de técnicos que permaneceram no cargo por mais de um ano, como o de Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro com o São Paulo de 2006 a 2008, de Tite, que permaneceu no Corinthians por três anos, e Cuca, que já estava no Atlético-MG desde a metade de 2012, parece não ter feito a cabeça dos dirigentes brasileiros. A busca por ‘novos ares’ fica evidente em comparação ao ano passado. Dos 20 clubes que participaram da Série A neste ano, apenas quatro não mantiveram, pelo menos até o início de 2013, os mesmos treinadores de 2012.

O último Campeonato Brasileiro, aliás, pode ser um dos motivos para a nova mudança de pensamento dos clubes. Das quatro equipes brasileiras classificadas para a Libertadores do ano que vem, apenas o Cruzeiro, de Marcelo Oliveira, e o Botafogo, de Oswaldo de Oliveira, comandaram suas equipes da primeira até a última rodada.

Para Ocimar Bolicenho, ex-dirigente do Atlético, as mudanças de treinador ocorrem especialmente por um motivo: falta de resultado. ‘Aqui no Brasil, o 2.º colocado é o primeiro dos últimos. Quem não atingiu algum objetivo, não foi campeão ou não alcançou uma vaga na Libertadores, acaba optando por mudar de técnico’.

Segundo o dirigente, outro aspecto que influencia os clubes é a pressão da torcida. ‘Os torcedores começam a vaiar, cobrar e alguns clubes se sentem na obrigação de dar uma resposta’, analisou. Ocimar acredita que o ideal para o Brasil seria seguir a cultura dos clubes ingleses. Para ele, os exemplos do francês Arsène Wenger, no comando do Arsenal desde 1996, e de Alex Ferguson, que foi treinador do Manchester United por 26 anos, ainda são realidades muito distantes para o futebol brasileiro. ‘O ideal seria seguir esse modelo’, avaliou.

Dupla Atletiba

Classificado para a Libertadores, o Atlético ainda não oficializou a permanência de Vagner Mancini, mas deve entrar para o grupo dos que optaram pela manutenção do treinador. A boa campanha neste ano e a falta de opções no mercado devem fazer a diretoria renovar o contrato de Mancini, que acaba no dia 31.

No Coritiba, a diretoria não perdeu tempo e anunciou na semana passada o seu novo treinador: Dado Cavalcanti, ex-Paraná Clube. A péssima campanha no Brasileirão obrigou o Coritiba iniciar o quanto antes o planejamento para o ano que vem, que resolveu apostar no promissor treinador, de apenas 32 anos.

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