Maior parte da torcida alviverde não quer sair do Alto da Glória

A polêmica está lançada. Bastou a diretoria do Coritiba anunciar que já tem o projeto de um novo estádio para o debate esquentar pelas bandas do Alto da Glória: onde deve ser a nova casa do Coxa e o que fazer com o Couto Pereira?

A direção alviverde trabalha com três possibilidades: demolir o Couto e construir um novo estádio no mesmo local; reformar a velha praça; abandonar o Alto da Glória e erguer uma arena novinha em folha em outro bairro da cidade.

Um desses projetos (o clube não revela qual) será apresentado à prefeitura nos próximos dias. Mas independente do parecer do poder público, a torcida coxa-branca quer participar dessa decisão, seja ela qual for.

Para saber a opinião da galera, ao Paraná-Online ouviu representantes de diversos segmentos da comunidade coxa-branca. A maioria não quer nem pensar na idéia de deixar o local onde está o Couto. Tendência já apontada em enquete realizada pelo site Coxanautas.

No início do mês, o principal site não oficial de notícias do Coxa perguntou qual era a opção preferida por seus leitores. A construção de um novo estádio no mesmo local foi apontada por 64,3% dos participantes. Para 27,7% o Couto Pereira deve ser reformado. Apenas 6,7% querem ver o clube em outro endereço e 1,3% preferem que continue tudo como está.

A permanência no Alto da Glória, onde o Coritiba está desde 1932, é defendida com tanta paixão que a maior torcida organizada do clube já prepara um abaixo-assinado. “É um local histórico para o clube, central e com muito espaço. Não tem por que sair de lá”, defende Luiz Fernando Correia, o Papagaio, presidente da Império Alviverde.

Além disso, Papagaio ainda quer que o Coxa entre de cabeça na briga por um lugar na Copa do Mundo de 2014. “A Copa tem que ser no Alto da Glória. Como nossa representação política está muito fraca, a torcida deve brigar por isso”, defende.

Contraponto

Entre os torcedores ouvidos pelo Paraná-Online, a voz que destoa da maioria é justamente de um dos maiores guardiões da história alviverde. Para Guilherme Costa Straub, do grupo Helênicos, o Coritiba não pode descartar a mudança para outro bairro.

“Como pesquisador, tendemos pela manutenção da tradição, que vem desde 1932. Mas tradição é uma questão de tempo. Temos que lembrar que já estivemos no Prado Velho e no Juvevê. O tempo vai passando e o clube precisa se adequar”, diz Straub, recordando outros estádios usados pelo Coxa antes do Alto da Glória.

Straub reconhece que é difícil para a torcida aceitar a mudança do local onde o Coritiba viveu suas maiores conquistas. “O nome Alto da Glória é o motivo maior por não querermos sair de lá. Tem um significado muito forte e a contraposição à Baixada do rival é boa para nós. Mas a tradição se faz com o tempo e a resistência que pode haver agora com certeza passará”, afirma.

Straub justifica sua posição. “Há um sério problema de estacionamento. Para ir ao jogo, é preciso parar muito longe. Em fotos antigas, a gente vê que, em 1932, as pessoas estacionavam ao lado do campo. Dava para ver o jogo de dentro do carro. Mas a cidade cresceu muito e esse é um problema que, se não for pensado agora, ficará para sempre”, argumenta.

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