“O Umberto não é uma aposta, é uma certeza minha que o trabalho irá evoluir e chegaremos a melhores resultados”. A frase de Rodrigo Pastana na apresentação do novo técnico do Coritiba, Umberto Louzer, na semana passada, era uma resposta às críticas de que o clube trazia um treinador novato em um momento de extrema dificuldade. Mas uma análise sobre os técnicos que trabalharam no Coxa nesta década mostra que realmente o novo treinador é a maior aposta da história recente do Alviverde.
O Coritiba teve, de 2010 para cá, 19 técnicos. E Louzer é o profissional contratado com menor rodagem. Quando o clube foi ao mercado, trouxe sempre nomes já com histórico – os dois com maior “peso” foram Celso Roth, em 2014, e Paulo César Carpegiani, em 2016. Ambos campeões de Libertadores, vieram precedidos de cartaz, mas não tiveram muito êxito. Roth ainda menos, pois não durou nem um turno do Campeonato Brasileiro. Carpegiani veio, tirou o Coxa do risco de rebaixamento e ficou até o Carnaval de 2017, quando foi demitido.
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Comparado com os dois, apenas Marcelo Oliveira em sua segunda passagem, em 2017. Além do ótimo retrospecto no próprio Cori, em 2011 e 2012, o treinador voltava após dois títulos brasileiros no Cruzeiro e um da Copa do Brasil no Palmeiras. Seu patamar havia mudado, a ponto de não ser possível uma contratação “em condições normais”. O técnico só veio por conta da boa relação com o clube, o que não foi suficiente para escapar do rebaixamento para a segunda divisão.
O Marcelo que chegou em 2011 tinha o perfil semelhante ao das contratações de Péricles Chamusca (2013), Dado Cavalcanti (2014), Gílson Kleina (2016), Eduardo Baptista (2018) e Argel Fucks (2018). Todos já tinham formado – com maior ou menor grau – um nome no mercado de treinadores, e tinham no Coxa ou a chance de crescer (caso de Dado) ou de se recuperar (caso de Eduardo). Os cinco não foram bem no Alto da Glória, alguns sequer sendo lembrados facilmente pelo torcedor.
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Uma espécie de caso à parte é Ney Franco. Em 2009, ele foi contratado após boas passagens por Flamengo e Athletico, mas em um momento de baixa na carreira. Não conseguiu salvar o Coritiba da degola, mas foi mantido pela diretoria, e em 2010 montou as bases do time que chegou a duas finais de Copa do Brasil nos anos seguintes. Saiu para treinar a seleção brasileira sub-20 e voltou em 2015, novamente em momento instável na carreira, e sem o mesmo sucesso da primeira passagem.
Crias da casa
Os únicos treinadores da história recente do Coxa que tinham experiência igual ou menor do que Umberto Louzer foram os quatro formados dentro do próprio clube. Em 2012, Marquinhos Santos assumiu no lugar de Marcelo Oliveira, numa “precipitação” do caminho natural montado para ele. O plano inicial era que ele assumisse o clube em 2013, mas a má campanha naquele Brasileirão antecipou a subida da base.
Marquinhos voltou ao Coritiba em 2014, aí já com o status de campeão paranaense no ano anterior.
Tcheco foi treinador do Coritiba em dois períodos curtos, em ambos saindo do cargo de auxiliar. Em 2013, foi bem e conseguiu tirar o time da ZR. Ano passado, não teve o mesmo sucesso, e acabou sendo demitido.
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O terceiro profissional que o Alviverde tentou moldar foi Sandro Forner, que começou a temporada passada mas caiu ainda após a primeira rodada da Série B. Fechando a lista, Pachequinho saiu da análise de desempenho para o banco de reservas. Teve bons e maus momentos tanto em 2015 quanto em 2017, e em ambos os casos foi substituído por um treinador mais experiente.
Com apenas o Guarani e o Vila Nova no currículo, Umberto Louzer percebeu em poucos dias o tamanho da responsabilidade que terá. Chegou no domingo passado (24), viu o Coritiba perder a Taça Barcímio Sicupira no Couto Pereira para o Toledo e passou por protesto de torcedores organizados no CT da Graciosa na quinta-feira (28). Seu trabalho começa pressionado, a partir da estreia na Taça Dirceu Krüger contra o Cianorte, no final de semana. Mas Louzer está disposto a provar que realmente é certeza, e não uma aposta arriscada do Coxa.
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