A estreia de Vaná no Couto Pereira permitirá ao torcedor do Coritiba não apenas ver de perto o novo titular do gol alviverde, mas também sentir no campo a ascendência de um dos líderes do elenco. Mesmo como reserva, Vaná sempre exerceu papel importante nas mobilizações e reivindicações dos jogadores. “Ele é muito forte de bastidor. Mesmo moleque, sempre participou de 100% das ações. É inteligente, se posiciona. É casado com uma mulher muito inteligente que ajuda ele nesse sentido”, afirmou Alex.

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A reação de Vaná ao elogio do antigo capitão indica essa personalidade. Ao invés de posar com falsa humildade, o goleiro assumiu a condição de liderança e disse ter aprendido muito com o ídolo alviverde ao longo de dois anos de convivência.

“Eu me sinto lisonjeado com elogios vindo do Alex, mas não seria nenhum favor que ele está me fazendo. Ele viu o meu dia a dia, o meu trabalho. Sou um cara muito participativo, procuro estar sempre incentivando. Nesses anos que eu estava na suplência, procurei inflamar o grupo, estar sempre falando, elogiando aquilo que foi bom, reforçando aquilo que precisa ser reforçado”, afirmou.
“E a situação de ser inteligente, aprendi com o Cabeça (um dos apelidos de Alex dentro do elenco). O Cabeça, além de gênio dentro de campo, era um cara que estava sempre procurando aprender todo dia, mesmo com a carreira dele, com tudo o que conquistou. Porque eu com 23 anos não ia estar prestando atenção nas situações do dia a dia? Então, nada mais que você não só olhar e escutar, mas você absorver o que é importante para você”, prosseguiu. Apesar da confiança em Vaná, Alex já alertou o goleiro de que a saída dos bastidores para a titularidade cobra seu preço. Para o torcedor, valerá muito mais o desempenho do goleiro em campo do que a ascendência dele no vestiário.

Primeira vez diante da torcida

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Depois de quatro anos acompanhando os companheiros do banco de reservas, hoje, às 19h30, o goleiro Vaná vai viver um momento muito especial. Será o primeiro jogo do camisa 1 pela equipe profissional do Coritiba no Couto Pereira.

“Se eu dissesse que não estaria emocionado eu estaria mentindo. Eu esperei muito por esse momento”, admite o arqueiro, que por dois anos foi reserva de Vanderlei, hoje no Santos. “Estou muito ansioso, mas também muito confiante”, acrescenta.

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“(Eu vivi) essa expectativa de estar à sombra do Vanderlei, um grande goleiro, um cara que me ensinou muito. Só me sinto mais preparado para esse momento”, garante. “A partir de amanhã (quarta-feira) é uma situação muito especial mesmo. Pelo fato de ser o clube que me deu oportunidade profissional, dormi e comi aqui. Agora é o momento de retribuir o que o clube já fez por mim”.

Após chegar ao Coxa em 2010, ele assistiu da arquibancada da Mauá o retorno do time à primeira divisão. Vaná chegou a morar dois anos dentro do Couto Pereira com outros atletas da categoria de base. Algo que aumenta ainda mais a ansiedade para a primeira apresentação diante da torcida.
“Conheço muito bem esses corredores”, lembra. “Eu fugia um pouco do alojamento nos finais de semana e ficava na casa da minha noiva. Durou um tempinho. O clube aloja o atleta e chega um certo ponto que é do ser humano, você tem que aprender a bater as asas”, diz.

Outros estreantes

Além de Vaná, outros jogadores farão a sua primeira partida pelo Coritiba no Couto Pereira. Entre eles o lateral-direito Ivan, os volantes João Paulo e Alan Santos, os atacantes Negueba, Mazinho e Rafhael Lucas. O último foi muito elogiado pelo companheiro de gol.

“Fico muito feliz pelo Rafhael Lucas. A história triste do começo dele aqui, estreia frente ao Operário na qual ele se lesionou (e ficou quase dois anos parado). Hoje você vê ele participando dos dois gols da vitória, a entrega, o br,ilho até em treinamento, a ganância de querer fazer um gol até o último minuto do treino”, afirma Vaná. (RM)