Dono do maior orçamento da Série B, o Coritiba está longe de confirmar o favoritismo de acesso à elite do futebol brasileiro. Após a vitória por 1×0 sobre o Brasil de Pelotas, o Coxa ficou na 10ª posição, ficando 13 pontos atrás do líder Fortaleza. O curioso? O Coxa tem um elenco mais valioso e orçamento (muito) maior que dos cearenses.
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Enquanto os paranaenses foram rebaixados no ano passado, o tricolor levantou a taça da Série C e vai sobrando na Segundona. Com 14 triunfos, quatro empates e seis derrotas, o time comandado por Rogério Ceni soma ainda o melhor ataque da competição com 37 gols. Isso que a vantagem poderia ter aumentado, se os nordestinos não tivessem perdido por 3×1 para o Goiás, neste sábado (1).
Veja a comparação entre os trabalhos dos clubes para entender a grande diferença na tabela:
Orçamento: mais com menos
O Coritiba teve a maior arrecadação de TV da Série B, lucrando R$ 35 milhões. Além disso, o orçamento estimado pelo presidente Samir Namur foi com a folha salarial girando em torno de R$ 1,3 milhão por mês.
Já o Fortaleza teve R$ 6,03 milhões das cotas da Segundona, quase seis vezes menos que o Coxa. Fora isso, o presidente Marcelo Paz revelou que o clube pode incrementar o orçamento. O valor estipulado era de R$ 800 mil, mas o Leão gasta cerca de R$ 1 milhão, graças a uma boa transação no mercado.
Os cearenses faturaram cerca de R$ 1,3 milhão na venda do atacante Edinho ao Atlético-MG. Enquanto isso, o time coxa-branca não faturou com nenhum jogador. Muito pelo contrário.
O atacante Kléber Gladiador mal jogou em 2018 e acabou saindo com um ótimo acordo. Ao acertar a rescisão, o Alviverde vai pagar um ‘salário’ de R$ 40 mil ao atleta pelos próximos quatro anos. Sem espaço no Brasil, o jogador de 35 anos foi se aventurar no Austin Bold FC, dos Estados Unidos
Gestão do futebol: coesão
O futebol do Coxa em 2018 ficou nas mãos de Augusto de Oliveira, diretor, e o ex-zagueiro Pereira, que assumiu a gerência de futebol do clube em dezembro do ano passado. Ambos tiveram carta branca no primeiro semestre, mas acabaram sendo demitidos ao lado do técnico Eduardo Baptista ao fim do primeiro turno da Série B.
A demissão do trio comprova a falta de planejamento do Verdão. Isso sem as novelas de Simião e Alecsandro, por exemplo. Ambos foram afastados por ‘deficiência técnica’, mas acabaram sendo reintegrados.
Pelos cearenses, o diretor de futebol Daniel de Paula Pessoa vai agradando a diretoria. O trabalho em conjunto com o técnico Rogério Ceni vem funcionando. Apesar do elenco mais modesto, existiram reposições após as saídas de Edinho e Osvaldo. E, claro, o dirigente conta com sorte: quem chega vai se adaptando ao estilo de jogo da equipe.
Política do clube: projeto
Quando eleito presidente, Namur garantiu que o técnico do Coritiba teria continuidade. A conversa foi comprada na época, mas desmascarada com o tempo. A equipe já teve três técnicos neste ano (Sandro Forner, Eduardo Baptista e Tcheco).
Forner foi a aposta do começo do ano: treinador da casa, já tinha trabalhado com os atletas das categorias de base. Porém, o segundo lugar no Campeonato Paranaense não agradou e a ideia inicial mudou logo na primeira rodada da Série B. Depois disso, foi aberta a temporada de negociações.
Já no Nordeste, o presidente Marcelo Paz ficou muito pressionado para demitir Rogério Ceni, não só pelo vice no Estadual contra o rival Ceará. Sem o time render, Ceni chegou a ser vaiado pela torcida e contestado pelos diretores. Mesmo assim, o mandatário insistiu no treinador e vai sendo recompensado.
Elenco: menos reforços
Segundo o site Transfermarkt, o Coritiba tem o elenco com maior valor de mercado da Série B: € 17,3 milhões (R$ 88,2 milhões). Já o Fortaleza tem seu grupo de jogadores avaliado por € 10,88 milhões (R$ 55,4 milhões).
Sem grandes nomes, o tricolor cearense já perdeu dois atacantes que se destacaram: Edinho e Osvaldo. Porém, Rogério Ceni conseguiu reforçar seu ataque com jogadores como Gettterson e Ederson, ambos com passagem no futebol paranaense.
Confira a classificação completa da Série B
Do outro lado, o elenco do Coxa segue sem brilhar, com exceção do goleiro Wilson. O capitão alviverde salva o time na defesa e ajuda no ataque, setor mais carente do time. Cobrador de pênaltis oficial, ele já marcou três gols e é o terceiro maior goleador coxa-branca na Série B. Guilherme Parede, com sete gols, e Yan Sasse, com quatro, aparecem na frente do atleta de 34 anos.
Para fechar, o presidente Samir Namur admitiu, em julho, que existem erros nas 17 contratações feitas pelo clube em 2018. Na ocasião, o mandatário afirmou que a folha salarial do time era R$ 1.818.000, sendo que o salário médio do elenco era de R$ 45 mil. Vale lembrar que o meia Carlos Eduardo, que se machucou em seu segundo jogo com a camisa alviverde, e o atacante Guilherme ainda chegaram no Alto da Glória depois disso.
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